Ácaro-Branco: Guia Completo para Identificar, Diferenciar e Controlar na Lavoura
Ácaro-branco: como identificar a presença na lavoura, quais as condições ambientais favoráveis, como monitorar, qual acaricida usar e mais!
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O manejo de ácaros refere-se ao conjunto de estratégias agronômicas utilizadas para monitorar, identificar e controlar populações de ácaros fitófagos que causam danos econômicos às culturas agrícolas. No contexto brasileiro, essa prática é um componente vital do Manejo Integrado de Pragas (MIP), especialmente considerando a agressividade de espécies como o ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus) e o ácaro-rajado. O objetivo principal é manter a densidade populacional da praga abaixo do nível de dano econômico, preservando o potencial produtivo de lavouras de soja, algodão, café e feijão, entre outras.
A complexidade do manejo reside na biologia desses organismos e na dificuldade de identificação visual a olho nu. Muitas vezes, os sintomas causados pelos ácaros — como encarquilhamento de folhas, bronzeamento de hastes e redução do porte da planta — são confundidos com viroses, deficiências nutricionais ou doenças fúngicas. Além disso, o manejo eficaz exige o entendimento das condições climáticas, visto que algumas espécies, como o ácaro-branco, proliferam-se em condições de alta umidade e temperatura, contrariando a regra geral de que ácaros preferem clima seco. Portanto, o manejo envolve desde a amostragem correta em campo até a escolha assertiva de métodos de controle químico ou biológico.
Ciclo de vida acelerado: Espécies como o ácaro-branco podem completar o ciclo de ovo a adulto em apenas 5 a 8 dias, o que permite explosões populacionais rápidas e exige intervalos curtos de monitoramento.
Hábito polífago: A maioria dos ácaros de importância agrícola alimenta-se de uma vasta gama de plantas hospedeiras, o que facilita sua sobrevivência na entressafra e a migração entre diferentes culturas vizinhas.
Sintomatologia enganosa: Os danos visuais, como a deformação de folhas novas e o abortamento de estruturas reprodutivas, mimetizam ataques de vírus e fungos, exigindo técnicas específicas de diagnose.
Distribuição em reboleiras: A infestação inicial raramente é uniforme; ela costuma ocorrer em manchas (reboleiras) na lavoura, concentrando-se em várias plantas próximas antes de se dispersar.
Preferência por tecidos jovens: O ataque concentra-se frequentemente nas partes em crescimento da planta (meristemas e folhas novas), coincidindo com a fase vegetativa, momento crítico para o desenvolvimento da cultura.
Teste de diferenciação prático: Para distinguir o dano do ácaro-branco de doenças fúngicas, recomenda-se cortar a haste da planta longitudinalmente; se o tecido interno estiver claro/normal, é indicativo de ácaro, enquanto o escurecimento sugere fungos.
Condições ambientais específicas: Ao contrário do senso comum para ácaros, o ácaro-branco é favorecido por períodos chuvosos e quentes. O monitoramento deve ser intensificado nessas condições, inclusive em estufas.
Ausência de teias: Nem todos os ácaros produzem teias visíveis. O ácaro-branco, por exemplo, não forma teias, o que é uma característica distintiva em relação ao ácaro-rajado.
Local de inspeção: A oviposição e a alimentação ocorrem majoritariamente na face inferior (abaxial) das folhas. A inspeção superficial da parte de cima das folhas pode falhar em detectar a praga no início da infestação.
Impacto na produtividade: O controle tardio pode resultar em perdas severas, como a redução drástica do porte da planta e perdas de até 50% na produção em culturas sensíveis como o feijão, devido à destruição dos tecidos de crescimento.
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