Guia Completo das Doenças do Milho: Identifique e Controle as Principais Ameaças
Doenças do milho: saiba como identificá-las, quando acontecem, quais danos trazem à cultura e muito mais!
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O manejo de doenças do milho consiste no conjunto de estratégias agronômicas adotadas para prevenir, monitorar e controlar a incidência de patógenos — como fungos, bactérias, vírus e nematoides — que afetam a produtividade da cultura. No contexto do agronegócio brasileiro, onde o sistema de produção é intensivo e muitas vezes realizado em sucessão (safra e safrinha), o manejo sanitário torna-se um pilar fundamental para garantir a rentabilidade, visto que a “ponte verde” pode favorecer a permanência de inóculos e vetores no campo durante todo o ano.
A prática não se resume apenas à aplicação de defensivos agrícolas, mas engloba um Planejamento Integrado que começa na escolha do híbrido e vai até a colheita. O objetivo é manter a população de patógenos abaixo do nível de dano econômico, protegendo o potencial produtivo da lavoura. Doenças negligenciadas podem comprometer desde a área foliar, reduzindo a fotossíntese, até a estrutura do colmo e a qualidade dos grãos, resultando em perdas severas que, em casos críticos como a ferrugem polissora, podem ultrapassar 50% da produção.
Para ser eficiente, o manejo exige conhecimento técnico para a correta identificação dos sintomas, uma vez que diferentes doenças podem apresentar sinais visuais semelhantes, mas requerem intervenções distintas. A estratégia deve considerar o histórico da área, as condições climáticas, o sistema de plantio (como o plantio direto) e a pressão de vetores, como a cigarrinha-do-milho, assegurando a sanidade da planta em seus diversos estágios fenológicos.
Diversidade de Agentes Causais: O complexo de doenças envolve múltiplos organismos, incluindo fungos (responsáveis por ferrugens e manchas), bactérias, vírus e molicutes (causadores dos enfezamentos), além de nematoides de solo.
Classificação por Local de Infecção: As patologias são geralmente divididas em doenças foliares (como helmintosporiose, cercosporiose e ferrugens) e doenças de colmo e espiga (como podridões de Fusarium e Diplodia), exigindo monitoramento em diferentes partes da planta.
Dependência de Vetores: Algumas das doenças mais impactantes atualmente, como os enfezamentos (pálido e vermelho) e viroses, são sistêmicas e dependem da presença de insetos-vetores, especificamente a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), para sua disseminação.
Influência do Sistema de Cultivo: Práticas como o plantio direto, embora benéficas para o solo, podem favorecer a sobrevivência de fungos necrotróficos (como o da cercosporiose e antracnose) nos restos culturais, servindo de fonte de inóculo para a safra seguinte.
Sazonalidade e Clima: A severidade das doenças está intrinsecamente ligada às condições ambientais; por exemplo, a ferrugem polissora é favorecida por temperaturas mais altas e baixa altitude, enquanto a ferrugem comum prefere climas mais amenos.
Identificação Correta é Crucial: Confundir sintomas pode levar a tratamentos ineficazes. Por exemplo, a mancha-branca pode ser confundida com deriva de herbicidas ou outras lesões, mas exige manejo específico.
Monitoramento da Cigarrinha: Para o controle dos enfezamentos, o foco não deve ser apenas na planta doente, mas no controle populacional do vetor (Dalbulus maidis) e na eliminação do milho tiguera, que serve de hospedeiro na entressafra.
Uso de Híbridos Resistentes: A escolha da semente é a primeira linha de defesa. Utilizar híbridos com tolerância genética às principais doenças da região é uma das ferramentas mais eficientes e de menor custo a longo prazo.
Atenção ao Baixeiro: Muitas doenças fúngicas, como a antracnose e a mancha de cercospora, iniciam-se nas folhas inferiores (baixeiro) e progridem para o topo; o monitoramento deve inspecionar a planta inteira, não apenas o dossel superior.
Rotação de Culturas: A monocultura ou a sucessão milho-milho aumenta a pressão de inóculos no solo e na palhada. A rotação com culturas não hospedeiras é vital para quebrar o ciclo de doenças como a cercosporiose e nematoides.
Momento da Aplicação: A eficácia dos fungicidas depende da aplicação preventiva ou nos primeiros sintomas. Aplicações tardias, quando a severidade da doença já é alta, tendem a ter resultados limitados na recuperação da produtividade.
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