Doenças de Culturas de Inverno: Guia de Identificação e Manejo
Doenças como ferrugem e giberela ameaçam as culturas de inverno. Saiba identificar os sintomas e manejar sua lavoura para evitar perdas de até 40%.
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O manejo de doenças em trigo refere-se ao conjunto de estratégias agronômicas integradas, planejadas para prevenir, monitorar e controlar a incidência de patógenos — principalmente fungos, bactérias e vírus — que afetam a cultura do trigo. No contexto do agronegócio brasileiro, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste, onde o trigo é uma cultura de inverno fundamental para a rotação e rentabilidade, a pressão de doenças é um dos fatores mais limitantes à produção. Dados de pesquisa indicam que a falta de controle adequado pode resultar em perdas de até 40% na produtividade, afetando desde o estabelecimento da lavoura até a formação dos grãos.
A prática do manejo não se resume apenas à aplicação de defensivos agrícolas, mas engloba um planejamento sistêmico que começa antes mesmo da semeadura. O objetivo é proteger o potencial produtivo da planta e garantir a qualidade final do produto, evitando problemas como grãos chochos, enrugados ou contaminados por micotoxinas. O manejo eficiente exige conhecimento técnico para identificar sintomas iniciais, muitas vezes silenciosos, e a tomada de decisão baseada nas condições climáticas, como umidade e temperatura, que favorecem o desenvolvimento de fungos como Fusarium graminearum (Giberela) e Puccinia triticina (Ferrugem).
Dependência climática: A severidade das infecções está intrinsecamente ligada a fatores ambientais, onde o molhamento foliar prolongado e temperaturas específicas (amenas para ferrugens, mais quentes para giberela e helmintosporiose) aceleram o ciclo dos patógenos.
Diversidade de alvos biológicos: O manejo deve contemplar diferentes partes da planta, protegendo o sistema radicular contra podridões, a área foliar fotossinteticamente ativa contra manchas e ferrugens, e as espigas contra doenças que afetam diretamente o grão.
Sobrevivência em restos culturais: Muitos patógenos do trigo, como os causadores de manchas foliares e giberela, são necrotróficos e sobrevivem na palhada de cultivos anteriores (milho, cevada, triticale), tornando o manejo da entressafra uma característica vital.
Impacto na qualidade industrial: Além da redução de volume (sacas por hectare), doenças específicas comprometem o PH (peso do hectolitro) e a segurança alimentar, devido à produção de micotoxinas nocivas à saúde humana e animal.
Evolução rápida e silenciosa: Algumas doenças possuem um período de latência onde o fungo já infectou a planta, mas os sintomas visíveis são mínimos, exigindo monitoramento preventivo constante para evitar surtos incontroláveis.
Qualidade da semente é a base: O uso de sementes certificadas e sadias, aliado ao tratamento de sementes com fungicidas específicos, é crucial para evitar a introdução de patógenos na área e proteger a plântula na fase inicial.
Rotação de culturas é indispensável: A monocultura ou a sucessão de gramíneas (como trigo após milho) favorece a permanência de inóculos no solo; rotacionar com plantas não hospedeiras é uma das ferramentas mais eficazes para quebrar o ciclo das doenças.
Monitoramento e identificação correta: É fundamental saber diferenciar os sintomas no campo — como distinguir as pústulas alaranjadas da ferrugem das lesões necróticas da mancha-marrom — para escolher o princípio ativo correto e o momento exato da aplicação.
Timing da aplicação para Giberela: Para doenças que atacam a espiga, como a Giberela, a janela de proteção é estreita e deve ocorrer preferencialmente no início da floração, pois o fungo infecta a flor; aplicações tardias têm baixa eficácia.
Uso de cultivares resistentes: A escolha de materiais genéticos com resistência ou tolerância às principais doenças da região reduz a dependência exclusiva do controle químico e diminui os custos de produção.
Atenção às “tigueras”: Plantas voluntárias de trigo ou aveia que nascem fora de época servem como “ponte verde”, hospedando fungos e pragas entre as safras, devendo ser eliminadas para garantir a sanidade da lavoura principal.
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