Doenças da Cana-de-Açúcar: Identificação e Manejo das Principais Ameaças
Conheça as principais doenças da cana-de-açúcar: ferrugem, carvão e raquitismo. Aprenda a identificar os sintomas e a fazer o manejo para evitar perdas.
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O manejo de doenças na cana-de-açúcar consiste em um conjunto de estratégias agronômicas voltadas para a identificação, prevenção e controle de patógenos que afetam a produtividade dos canaviais. No Brasil, onde a cultura possui enorme relevância econômica para a produção de açúcar, etanol e bioenergia, essas enfermidades — causadas majoritariamente por fungos e bactérias — representam um risco significativo à rentabilidade. Elas podem comprometer desde o desenvolvimento vegetativo, afetando folhas, colmos e raízes, até a qualidade industrial da matéria-prima colhida.
A prática do manejo não se resume apenas à aplicação de defensivos, mas engloba uma abordagem integrada que começa no planejamento do plantio. O objetivo central é manter a incidência das doenças abaixo do nível de dano econômico, protegendo o potencial fotossintético da planta e o acúmulo de sacarose. Sem um manejo adequado, doenças como as ferrugens (marrom e alaranjada), o carvão-da-cana e o raquitismo da soqueira podem ocasionar perdas severas, exigindo do produtor rural e dos técnicos um monitoramento constante e ações assertivas baseadas nas condições climáticas e no estágio fenológico da lavoura.
Predominância de doenças fúngicas que atacam a área foliar, como a Ferrugem Alaranjada (Puccinia kuehnii) e a Ferrugem Marrom (Puccinia melanocephala), reduzindo a capacidade da planta de realizar fotossíntese.
Existência de patógenos que afetam a estrutura da planta, como o Carvão-da-cana e o Raquitismo da Soqueira, prejudicando o desenvolvimento dos colmos e a longevidade do canavial.
Alta dependência de fatores climáticos para a disseminação, onde condições de alta umidade e temperaturas amenas (entre 19 °C e 26 °C) favorecem a esporulação e dispersão de fungos pelo vento.
Impacto direto na qualidade tecnológica da cana, provocando a redução no teor de sacarose e na pureza do caldo, o que diminui o rendimento industrial nas usinas.
Necessidade de um sistema de Manejo Integrado, que combina o uso de variedades geneticamente resistentes, práticas culturais adequadas e controle químico estratégico.
A escolha de cultivares resistentes é a primeira e mais eficiente linha de defesa, sendo fundamental realizar um censo varietal para evitar a predominância de materiais suscetíveis em grandes áreas.
O diagnóstico precoce é vital; identificar sintomas iniciais, como pequenas manchas cloróticas ou “flecks” nas folhas, permite uma tomada de decisão mais rápida antes que a doença se espalhe.
O uso de fungicidas deve ser criterioso, priorizando a aplicação em fases críticas do desenvolvimento da cultura e em momentos de alta favorabilidade climática para o patógeno.
Em variedades sensíveis e sem o devido controle, as perdas de produtividade agrícola podem variar entre 30% e 40%, representando um prejuízo econômico irreversível na safra.
A rotação de variedades no campo é uma prática recomendada para dificultar a adaptação dos patógenos e reduzir a pressão de inóculo (quantidade de fungos/bactérias) no ambiente.
Algumas doenças, como o raquitismo da soqueira, podem não apresentar sintomas externos óbvios, exigindo atenção redobrada e, por vezes, análises laboratoriais ou inspeção interna dos colmos para confirmação.
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