Doenças do Algodão: Como Identificar e Controlar as 6 Principais
Doenças do algodão: conheça os sintomas e as recomendações de manejo mais adequadas para cada uma delas. Confira!
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O manejo de doenças no algodão consiste em um conjunto estratégico de práticas agronômicas destinadas a prevenir, identificar e controlar patógenos — principalmente fungos, bactérias e vírus — que afetam a produtividade e a qualidade da fibra do algodoeiro. No contexto do agronegócio brasileiro, essa prática tornou-se crítica com a expansão da cultura para o Centro-Oeste (Cerrado), onde as condições climáticas de alta umidade e temperaturas entre 25°C e 30°C favorecem a proliferação de doenças durante todo o ciclo da planta, diferentemente do que ocorria nas regiões tradicionais do passado.
A base desse manejo fundamenta-se no conceito do “Triângulo da Doença”, que explica que a infecção só ocorre mediante a interação simultânea de três fatores: um hospedeiro suscetível (a planta de algodão), um patógeno virulento e um ambiente favorável. Portanto, as estratégias de controle visam quebrar um ou mais elos dessa cadeia. Isso envolve desde a escolha de sementes certificadas e tratamento químico até práticas culturais como a rotação de culturas e a destruição de restos culturais (soqueira) para eliminar a “ponte verde” que abriga os microrganismos na entressafra.
Atualmente, o manejo não se restringe apenas à aplicação de fungicidas quando os sintomas aparecem. Ele exige uma abordagem integrada que inclui o monitoramento constante da lavoura, o uso de cultivares geneticamente resistentes e o controle rigoroso de plantas voluntárias (tiguera). Doenças como a Ramulária (Ramularia areola), a Mancha Angular e a Mela do Algodoeiro exigem protocolos específicos, pois podem causar desde a morte de plântulas na fase inicial até a desfolha severa na fase reprodutiva, comprometendo o enchimento das maçãs e a rentabilidade final da safra.
Abordagem Preventiva e Integrada: O manejo eficiente prioriza a prevenção através do tratamento de sementes e escolha de variedades resistentes, integrando o controle químico com práticas culturais para evitar que o nível de dano econômico seja atingido.
Foco no Microclima da Lavoura: O adensamento de plantio e o fechamento das entrelinhas criam um microclima úmido e abafado, ideal para fungos; o manejo considera a arquitetura da planta e o espaçamento para mitigar esses riscos.
Monitoramento do Baixeiro: A maioria das doenças fúngicas, como a Ramulária, inicia-se nas folhas inferiores (baixeiro) devido à maior umidade; a inspeção frequente dessa região é uma característica vital para a tomada de decisão.
Controle de Plantas Daninhas e Tiguera: A eliminação de plantas voluntárias de algodão (tiguera) é essencial, pois elas servem como hospedeiras e reservatórios de inóculo de doenças e pragas entre as safras.
Dependência das Condições Climáticas: A intensidade do manejo varia conforme a pluviosidade e temperatura da safra, sendo mais rigoroso em anos chuvosos ou em janelas de plantio que expõem a cultura a períodos de alta umidade.
Identificação Correta é Crucial: É fundamental distinguir sintomas semelhantes para aplicar o produto correto. Por exemplo, a Mela (Rhizoctonia solani) causa lesões nos cotilédones e anasarca (encharcamento), diferindo do Tombamento, que ataca o colo e as raízes da plântula.
Ameaça da Ramulária: Considerada hoje o principal desafio fitossanitário do algodão no Brasil, a Ramulária causa lesões angulares e um aspecto pulverulento branco nas folhas. Se não controlada, pode reduzir a produtividade em até 75% em cultivares suscetíveis.
Rotação de Culturas: O monocultivo (algodão sobre algodão) aumenta drasticamente a pressão de patógenos de solo, como a Murcha de Fusarium e a Mela. A rotação, preferencialmente com gramíneas, é indispensável para a sanidade do solo a longo prazo.
Higiene do Maquinário: Máquinas agrícolas podem transportar solo contaminado e esporos de fungos entre talhões. A limpeza rigorosa dos implementos é uma medida simples e eficaz para evitar a disseminação de doenças como a Mela e a Murcha de Fusarium.
Sobrevivência dos Patógenos: Muitos agentes causadores de doenças, como a bactéria da Mancha Angular, possuem alta resistência e sobrevivem em restos culturais e sementes. O uso de sementes certificadas e o deslintamento com ácido são barreiras iniciais obrigatórias.
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