Guia Completo: Como Controlar as 9 Principais Plantas Daninhas do Café
Plantas daninhas do café: saiba quais são, conheça seus riscos para o cafezal e aprenda a identificá-las a tempo
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O manejo de entrelinhas do cafeeiro refere-se ao conjunto de práticas agronômicas aplicadas ao espaço de solo existente entre as fileiras de plantio da cultura do café. No contexto da cafeicultura brasileira, esta técnica evoluiu significativamente: antigamente, priorizava-se o “solo nu”, removendo qualquer vegetação para evitar competição. Atualmente, a abordagem técnica favorece a manutenção controlada de cobertura vegetal, seja por meio de plantas de cobertura (adubação verde), manejo da vegetação espontânea (mato) ou deposição de resíduos vegetais (palhada).
O objetivo principal desse manejo é equilibrar a convivência entre o cafeeiro e a vegetação vizinha, minimizando a competição por água, luz e nutrientes, ao mesmo tempo em que se protege o solo contra a erosão e a degradação. Em regiões de relevo acidentado, comuns nas zonas cafeeiras de Minas Gerais e Espírito Santo, o manejo adequado da entrelinha é vital para a conservação do solo e da água. Além disso, essa prática influencia diretamente o microclima da lavoura, a biologia do solo e a incidência de pragas e doenças.
Na prática, o manejo envolve decisões estratégicas sobre quando e como intervir na vegetação da entrelinha. Isso pode incluir o uso de roçadeiras (mecânicas ou manuais), a aplicação de herbicidas em faixas ou área total, o cultivo de espécies específicas como a braquiária ou leguminosas (como a mucuna, citada em estratégias de controle biológico), e a trituração de material vegetal para formação de cobertura morta (mulching). A escolha do método depende da idade da lavoura, do espaçamento, da declividade do terreno e da infestação de plantas daninhas.
Conservação do Solo e Água: A manutenção de cobertura vegetal, viva ou morta, nas entrelinhas atua como uma barreira física contra o impacto das gotas de chuva, reduzindo drasticamente o escoamento superficial e a erosão laminar, além de aumentar a taxa de infiltração de água no perfil do solo.
Supressão de Plantas Daninhas: O uso de coberturas vivas (como a mucuna ou braquiária) ou morta (palhada) cria uma barreira física e, em alguns casos, alelopática, que inibe a germinação e o desenvolvimento de plantas daninhas agressivas e de difícil controle, como o picão-preto e o capim-amargoso.
Ciclagem de Nutrientes: A vegetação manejada na entrelinha absorve nutrientes das camadas mais profundas do solo e, após o corte e decomposição, libera esses elementos na superfície, tornando-os disponíveis para o sistema radicular superficial do cafeeiro e aumentando o teor de matéria orgânica.
Regulação Térmica: A cobertura do solo nas entrelinhas reduz a amplitude térmica na superfície, evitando o aquecimento excessivo que pode prejudicar as raízes absorventes do café e aumentar a evaporação da água armazenada no solo.
Mecanização e Tráfego: O manejo correto, especialmente com gramíneas, melhora a sustentação do solo para o tráfego de máquinas e implementos, reduzindo a compactação excessiva e permitindo a entrada de tratores mesmo em períodos mais úmidos.
Período Crítico de Competição: É fundamental manter a entrelinha manejada (baixa ou roçada) durante os períodos de maior demanda hídrica e nutricional do cafeeiro, geralmente entre o florescimento e a granação, para evitar que a vegetação dispute recursos essenciais com a cultura principal.
Risco de Fitotoxicidade: Ao realizar o controle químico na entrelinha, especialmente em lavouras jovens ou com herbicidas sistêmicos não seletivos, deve-se ter extremo cuidado com a deriva para evitar danos às folhas e ramos baixos do cafeeiro, o que pode comprometer o desenvolvimento da planta.
Hospedeiros de Pragas e Doenças: A escolha da vegetação da entrelinha deve ser criteriosa. Algumas plantas daninhas ou de cobertura podem hospedar pragas (como ácaros e nematoides) ou doenças que afetam o café. Por outro lado, espécies como a Crotalaria podem ajudar a reduzir populações de nematoides.
Preparo para a Colheita: Antes do início da colheita, é comum realizar a “arruação”, que consiste na limpeza mais intensa da projeção da saia e da entrelinha próxima, facilitando a varrição e o recolhimento dos grãos caídos no chão e evitando perdas de qualidade.
Manejo de Resistência: A rotação de métodos de controle na entrelinha (químico, mecânico e cultural) é essencial para prevenir a seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes a herbicidas, um problema crescente na cafeicultura brasileira.
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