Carryover de Herbicida: Como Evitar Prejuízos na Lavoura
Residual de herbicidas no solo pode trazer prejuízos à cultura em sucessão devido ao carryover. Planeje-se com a rotação de culturas!
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O manejo de herbicidas consiste no planejamento estratégico e na aplicação técnica de produtos químicos para o controle de plantas daninhas, visando proteger o potencial produtivo das culturas agrícolas sem comprometer a sustentabilidade do sistema produtivo. No contexto do agronegócio brasileiro, caracterizado por sistemas intensivos como a sucessão soja-milho e o plantio direto, essa prática vai muito além da simples pulverização. Ela envolve a seleção criteriosa de princípios ativos, a rotação de mecanismos de ação e o entendimento profundo das interações entre o produto, o solo e a planta, para evitar problemas como a resistência de invasoras e a fitotoxicidade na cultura subsequente.
A importância prática desse manejo reside na necessidade de manter a lavoura “limpa” desde a dessecação pré-plantio até a colheita, minimizando a matocompetição por água, luz e nutrientes. Além disso, um manejo eficiente deve considerar a biotecnologia presente nas sementes, uma vez que a tolerância a herbicidas em culturas geneticamente modificadas alterou a dinâmica de controle, exigindo atenção redobrada com plantas voluntárias (tigueras). O objetivo final é garantir a eficiência agronômica, reduzindo o banco de sementes no solo e evitando prejuízos econômicos decorrentes de falhas de controle ou danos residuais.
Rotação de Mecanismos de Ação: Prática fundamental para prevenir ou retardar o surgimento de plantas daninhas resistentes. Consiste em alternar herbicidas que atuam em diferentes sítios fisiológicos da planta, evitando a seleção de biótipos tolerantes a um único princípio ativo.
Gestão do Efeito Residual (Carryover): Consideração do tempo de meia-vida e da persistência dos herbicidas no solo. Produtos com longa atividade residual podem controlar daninhas por mais tempo, mas exigem planejamento para não causar fitotoxicidade na cultura plantada na sequência (ex: residual de soja afetando o milho safrinha).
Controle de Plantas Tigueras: Manejo específico para eliminar plantas voluntárias da safra anterior (como milho na soja ou soja no milho). Com o advento de culturas transgênicas resistentes ao glifosato, o controle dessas plantas exige o uso de herbicidas alternativos, como graminicidas específicos.
Interação com o Sistema de Plantio Direto: Utilização da palhada como aliada no manejo. A cobertura morta atua como barreira física e biológica, suprimindo a germinação de sementes fotoblásticas positivas e conservando a umidade, o que pode influenciar a sorção e a eficácia dos herbicidas aplicados.
Dessecação Antecipada e Sequencial: Estratégia que visa eliminar a vegetação existente antes do plantio da cultura principal. Frequentemente envolve a aplicação sequencial de produtos sistêmicos e de contato para garantir o estabelecimento da lavoura no limpo.
Atenção à Sorção e Condições do Solo: A eficácia e a persistência dos herbicidas são influenciadas pelo pH, teor de matéria orgânica e umidade do solo. Solos mais secos ou com pH inadequado podem aumentar a retenção do produto (sorção), reduzindo sua eficácia imediata e aumentando o risco de carryover.
Identificação Correta das Daninhas: O sucesso do manejo depende do reconhecimento preciso das espécies presentes na área. Plantas como buva, capim-amargoso e trapoeraba exigem estratégias e produtos distintos; o erro na identificação pode levar a gastos desnecessários e falhas de controle.
Manejo de Entressafra: O período entre a colheita e o próximo plantio é crítico. Permitir que plantas daninhas ou tigueras se desenvolvam e produzam sementes nessa fase reabastece o banco de sementes do solo, dificultando o controle nas safras futuras.
Tecnologia de Aplicação: O uso de adjuvantes corretos e a regulagem adequada dos equipamentos são essenciais, especialmente ao utilizar graminicidas para controle de milho tiguera, onde a cobertura foliar é determinante para a absorção do produto.
Impacto na Produtividade: A presença de plantas daninhas ou voluntárias, mesmo em baixa densidade, pode causar perdas significativas. Por exemplo, uma única planta de milho tiguera por metro quadrado pode reduzir drasticamente a produtividade da soja devido à competição agressiva.
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