Brachiaria: Tipos, Plantio e Manejo Completo
Brachiaria: conheça os principais tipos (Brizantha, Ruziziensis), quando e como plantar, manejo para pasto e palhada, e técnicas de consórcio com milho e soja.
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O Manejo de Pastagens consiste no conjunto de técnicas e estratégias agronômicas aplicadas para maximizar a produção de forragem, garantir a nutrição animal e preservar a fertilidade do solo. No contexto do agronegócio brasileiro, essa prática deixou de ser uma atividade extrativista para se tornar uma verdadeira “lavoura de carne ou leite”, onde o pasto é tratado como uma cultura que exige planejamento, adubação e controle fitossanitário. O objetivo central é equilibrar a oferta de alimento com a demanda do rebanho, ajustando a taxa de lotação (UA/ha) para evitar tanto o subpastejo quanto o superpastejo.
A base do manejo eficiente no Brasil apoia-se fortemente na escolha correta das espécies forrageiras, com destaque para o gênero Brachiaria, que ocupa cerca de 80% das pastagens cultivadas no país devido à sua adaptação aos solos ácidos e clima tropical. O manejo adequado não visa apenas o ganho de peso animal, mas também a sustentabilidade do sistema, promovendo a fixação de carbono, o aumento da matéria orgânica e a proteção contra erosão. Além disso, o manejo moderno integra-se frequentemente a sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), onde a pastagem serve tanto para alimentação animal quanto para a formação de palhada para o plantio direto de grãos.
Seleção de Espécies e Cultivares: O sucesso do manejo começa na escolha da forrageira adequada ao clima e solo da região. Espécies como Brachiaria brizantha (cv. Marandu, Piatã, Xaraés) e Brachiaria decumbens são predominantes pela alta resistência e produtividade, enquanto a Brachiaria ruziziensis é valorizada pela qualidade da palhada em sistemas integrados.
Ajuste de Taxa de Lotação: Um dos pilares do manejo é definir quantas Unidades Animais (UA) por hectare a área suporta. O aumento da tecnificação permitiu ao Brasil saltar de médias históricas baixas para lotações superiores a 1,5 UA/ha, intensificando a produção sem necessidade de abrir novas áreas.
Monitoramento de Pragas: O controle de insetos, especificamente a cigarrinha-das-pastagens (Deois spp., Zulia spp.), é uma característica crítica. O manejo envolve o monitoramento constante, especialmente no início das chuvas, para identificar a eclosão de ovos e a presença de ninfas (espuma na base da planta) e adultos, evitando a “queima do pasto”.
Manutenção da Fertilidade do Solo: O manejo proativo inclui a reposição de nutrientes e correção do solo. Plantas vigorosas, com raízes profundas e boa cobertura de solo, são essenciais para reciclar nutrientes e manter a estrutura física da terra, prevenindo a degradação.
Diversificação de Pastagens: Para reduzir riscos biológicos e econômicos, o manejo recomenda evitar a monocultura de um único cultivar. A diversificação dificulta a adaptação de pragas e oferece alternativas de manejo em diferentes condições climáticas.
Ciclo das Pragas e Clima: A incidência de pragas como a cigarrinha-das-pastagens está diretamente ligada à umidade. Os ovos entram em diapausa na seca e eclodem com as primeiras chuvas; portanto, o monitoramento deve ser intensificado no início da estação chuvosa para evitar perdas severas de biomassa.
Identificação Correta: Saber diferenciar as espécies (pelo hábito de crescimento, tipo de folha e inflorescência) é crucial para aplicar o manejo correto. Por exemplo, a B. decumbens tem crescimento mais prostrado, enquanto a B. brizantha forma touceiras, o que influencia a altura de entrada e saída dos animais.
Manejo Integrado de Pragas (MIP): O controle químico isolado não é a única solução. O MIP em pastagens combina o uso de cultivares resistentes, controle biológico (como fungos entomopatogênicos) e controle cultural (ajuste de altura do pasto) para manter as populações de pragas abaixo do nível de dano econômico.
Recuperação vs. Renovação: O manejo adequado previne a degradação, que é o maior problema da pecuária nacional. Identificar sinais de perda de vigor e plantas invasoras precocemente permite intervenções de recuperação (mais baratas) antes que seja necessária a renovação total da pastagem (mais cara).
Papel na ILP: Em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária, o manejo da pastagem deve considerar não apenas o gado, mas também a dessecação futura para o plantio direto. A Brachiaria deve ser manejada para deixar um volume adequado de palhada, protegendo o solo e beneficiando a cultura subsequente, como a soja ou o milho.
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