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O que é manejo de plantas daninhas

O manejo de plantas daninhas consiste no conjunto de práticas agronômicas planejadas para reduzir a interferência de espécies invasoras nas culturas agrícolas, mantendo suas populações abaixo do nível de dano econômico. No contexto do agronegócio brasileiro, caracterizado por um clima tropical que favorece o crescimento vegetativo contínuo, essa prática é vital para a sustentabilidade da lavoura. Sem um controle efetivo, a matocompetição por recursos essenciais — como água, luz, nutrientes e espaço físico — pode comprometer severamente o potencial produtivo de culturas como soja, milho, algodão e feijão, chegando a causar perdas totais em casos extremos.

Atualmente, a abordagem técnica evoluiu do simples controle químico para o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD). Essa estratégia não depende exclusivamente de herbicidas, mas integra métodos culturais, mecânicos e preventivos. O foco principal deslocou-se para a proteção do sistema produtivo como um todo, priorizando ações na entressafra e o uso de plantas de cobertura para suprimir a emergência das invasoras. O objetivo central é exaurir o banco de sementes presente no solo e evitar a seleção de biótipos resistentes, garantindo que a cultura principal seja estabelecida “no limpo” e livre de competição inicial.

Principais Características

  • Dessecação Sequencial: Estratégia fundamental no plantio direto, envolvendo uma aplicação de herbicida sistêmico (ação lenta, translocação para raízes) seguida, dias depois, por um herbicida de contato, garantindo o controle total antes da semeadura.
  • Uso de Pré-emergentes: Aplicação de herbicidas com efeito residual no solo, criando uma barreira química que impede a germinação de novas sementes durante o estabelecimento inicial da cultura, essencial para feijão e algodão.
  • Rotação de Mecanismos de Ação: Prática obrigatória para evitar a resistência, consistindo na alternância de herbicidas que atuam em diferentes sítios da planta (ex: inibidores da EPSPs, ACCase, ALS, Auxinas sintéticas).
  • Manejo de Resistência: Foco no controle de espécies de difícil erradicação, como a Buva (Conyza spp.) e o Capim-amargoso (Digitaria insularis), que frequentemente apresentam resistência a moléculas como o glifosato.
  • Supressão Cultural: Utilização de palhada e cobertura morta (como a braquiária em consórcio com milho) para bloquear a luz solar, inibindo a germinação de plantas fotoblásticas positivas.

Importante Saber

  • Diferença entre Resistência e Tolerância: É crucial distinguir plantas que adquiriram resistência (selecionadas pelo uso repetitivo de um produto) daquelas que possuem tolerância natural (característica inerente da espécie) para escolher o herbicida correto.
  • Impacto Econômico da Falha: Erros no manejo ou negligência na entressafra podem elevar o custo de produção em até R 400,00 por hectare devido à necessidade de aplicações de resgate e perda de produtividade.
  • Identificação de “Reboleiras”: A resistência geralmente começa em manchas isoladas na lavoura; o monitoramento constante permite identificar essas falhas de controle precocemente antes que tomem conta do talhão.
  • Timing da Aplicação: O sucesso da dessecação depende do respeito ao intervalo entre a aplicação e o plantio; herbicidas sistêmicos exigem tempo para translocar, e o plantio imediato após a aplicação pode reduzir a eficácia.
  • Tecnologia de Aplicação: Fatores como o estádio da planta daninha (tamanho ideal), condições climáticas (temperatura e umidade) e a qualidade da pulverização são tão importantes quanto a escolha da molécula química.
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