Cigarra-do-Cafeeiro: Por que o Canto que Incomoda é um Alerta para sua Lavoura
Cigarra-do-cafeeiro: características da praga e as formas de manejo mais efetivas para sua lavoura. Confira agora!
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O Manejo de Pragas do Café refere-se ao conjunto de estratégias e práticas agronômicas adotadas para monitorar, identificar e controlar populações de insetos e organismos nocivos que afetam a produtividade e a longevidade dos cafezais. No contexto brasileiro, onde o café é uma das principais commodities agrícolas, esse manejo é fundamental para evitar prejuízos econômicos severos, garantindo que a densidade populacional das pragas permaneça abaixo do nível de dano econômico. O processo envolve desde a observação de sintomas na parte aérea e no sistema radicular até a tomada de decisão sobre o método de controle mais adequado.
Uma parte crítica desse manejo é o entendimento profundo do ciclo de vida dos invasores. Pragas como a cigarra-do-cafeeiro (Quesada gigas), por exemplo, possuem fases de desenvolvimento subterrâneas que podem durar anos, causando danos “invisíveis” ao sistema radicular antes que os sintomas se tornem evidentes nas folhas. Portanto, o manejo eficiente não se resume apenas à aplicação de defensivos, mas integra o conhecimento biológico da praga, o monitoramento climático e a fenologia da planta para intervir no momento de maior vulnerabilidade do inseto.
A implementação correta do manejo protege o investimento do produtor, evitando o depauperamento precoce da lavoura. Em casos de pragas sugadoras de seiva nas raízes, a falta de controle pode levar à clorose, queda de folhas e redução drástica na produção, especialmente em períodos de déficit hídrico. Assim, o manejo de pragas é um pilar de sustentabilidade e rentabilidade na cafeicultura moderna.
Monitoramento Integrado: Exige vistorias periódicas tanto da parte aérea quanto do solo (trincheiras) para identificar a presença de ovos, ninfas ou adultos, permitindo a detecção precoce de infestações.
Conhecimento do Ciclo Biológico: A eficácia do controle depende de atingir a praga em sua fase mais suscetível; no caso das cigarras, o foco muitas vezes recai sobre as ninfas móveis antes que se fixem profundamente nas raízes.
Identificação de Espécies: Diferenciar as espécies é crucial, pois algumas, como a Quesada gigas, são significativamente mais vorazes e destrutivas do que outras espécies de cigarras presentes no ecossistema.
Correlação com Fatores Ambientais: O surgimento e a dispersão de muitas pragas estão atrelados a condições climáticas específicas, como o início das chuvas ou variações de temperatura que desencadeiam a emergência de adultos.
Sintomatologia Reflexa: Muitas vezes, o dano ocorre nas raízes (sucção de seiva), mas os sintomas visíveis são reflexos na parte aérea, como amarelamento, definhamento e menor vigor vegetativo.
O Canto como Alerta: No caso específico das cigarras, o som intenso emitido pelos machos não é apenas um incômodo, mas um indicador biológico do período de acasalamento e dispersão, sinalizando o momento de preparar o manejo.
Danos Silenciosos: Pragas de solo, como as ninfas de cigarra, podem sugar a seiva elaborada das raízes por até dois anos continuamente, enfraquecendo a planta de forma crônica antes que o produtor perceba a gravidade.
Agravamento por Estresse Hídrico: Plantas com sistema radicular comprometido por pragas sofrem muito mais durante veranicos ou secas, pois perdem a capacidade de absorver água e nutrientes adequadamente.
Exúvias não são Pragas: As “cascas” encontradas nos troncos (exúvias) indicam que o inseto já completou sua fase de ninfa e emergiu como adulto; o controle deve focar em evitar que a próxima geração de ninfas colonize o solo.
Manejo Preventivo: A recuperação de uma lavoura severamente atacada é lenta e custosa; por isso, o manejo deve ser preventivo, baseando-se no histórico da área e no monitoramento constante para evitar a degradação do estande de plantas.
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