Guia Completo das Principais Pragas do Algodão e Como Controlá-las
Principais pragas do algodão: Saiba quais insetos você deve se atentar e quais são os melhores métodos e dicas cruciais para seu controle.
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O manejo de pragas no algodão refere-se ao conjunto estratégico de práticas agronômicas destinadas a monitorar, identificar e controlar as populações de insetos que comprometem a produtividade da cotonicultura. No cenário brasileiro, esta atividade é crítica devido à vasta diversidade de espécies — mais de 1.300 catalogadas, com cerca de 162 causando danos econômicos reais — e ao clima tropical que favorece a reprodução acelerada desses organismos. O objetivo central é proteger as estruturas reprodutivas da planta, como botões florais, flores e maçãs (capulhos), que são diretamente responsáveis pelo rendimento final da fibra e do caroço.
A base desse manejo é o conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP), que foge da aplicação calendarizada de defensivos e prioriza a tomada de decisão baseada em níveis de controle. Isso envolve o uso coordenado de métodos culturais, como a destruição de soqueiras e o respeito ao vazio sanitário, métodos comportamentais (uso de armadilhas), controle biológico e, quando necessário, o controle químico. O sucesso do manejo depende do equilíbrio entre a proteção da lavoura e a viabilidade econômica, evitando aplicações desnecessárias que encarecem a produção e podem induzir resistência nos insetos.
Na prática, o manejo no Brasil gira predominantemente em torno do combate ao Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), considerada a praga-chave da cultura. No entanto, o produtor também deve estar atento a complexos secundários, como lagartas (Heliothinae, Spodoptera), mosca-branca, pulgões e ácaros. A eficiência do manejo é medida pela capacidade de manter a população dessas pragas abaixo do nível de dano econômico, garantindo que a planta consiga segurar suas estruturas frutíferas até a colheita.
Foco nas Estruturas Reprodutivas: As pragas mais nocivas são aquelas que atacam diretamente os órgãos geradores de produtividade, causando a queda de botões florais e a destruição das fibras dentro das maçãs.
Dominância do Bicudo-do-algodoeiro: O Anthonomus grandis é o principal alvo do manejo, exigindo estratégias específicas como o uso de tubos mata-bicudo e plantios-isca nas bordaduras.
Monitoramento Quantitativo: O manejo moderno utiliza métricas precisas, como a contagem de maçãs por planta para definir a porcentagem tolerável de botões atacados antes de realizar uma intervenção química.
Integração de Métodos Culturais: A destruição rigorosa dos restos culturais (soqueiras) e o preparo antecipado do solo são características fundamentais para reduzir a população inicial de pragas na safra seguinte.
Diversidade de Inseticidas: Devido à alta pressão de pragas, existe um amplo portfólio de defensivos registrados (como os 99 produtos para o bicudo), exigindo rotação de princípios ativos para evitar resistência.
Identificação de Danos: É crucial saber diferenciar os orifícios de alimentação (furos simples) dos orifícios de oviposição (furos com cera/pólen) nos botões florais, pois indicam a presença e reprodução ativa do bicudo.
Regra de Tolerância: Segundo especialistas, o nível de controle deve ser dinâmico; quanto mais maçãs a planta já tiver formado, maior é a tolerância ao ataque em novos botões, permitindo racionalizar as aplicações.
Sintoma “Flor Balão”: Flores que não abrem corretamente e apresentam pétalas perfuradas são um indicativo visual claro de infestação severa por bicudo, sinalizando falhas no controle anterior.
Prevenção na Entressafra: O manejo não termina na colheita; a eliminação de plantas tigueras e a destruição da soqueira são obrigatórias para evitar que as pragas encontrem abrigo e alimento na entressafra.
Uso de Armadilhas: A instalação de armadilhas nas bordas da lavoura antes e durante o início do plantio ajuda a monitorar a chegada dos insetos e a reduzir a pressão inicial da infestação.
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