Percevejos no Milho: Guia Completo de Identificação e Manejo
Percevejo no milho: veja quais são as principais espécies, os danos causados, as fases mais críticas e como fazer um controle assertivo
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O manejo de pragas no milho consiste na aplicação de um conjunto de estratégias integradas para monitorar, identificar e controlar populações de insetos que causam danos econômicos à cultura, desde a emergência até a colheita. No cenário agrícola brasileiro, caracterizado por sistemas de produção intensivos como a sucessão soja-milho safrinha, essa prática é vital para garantir a produtividade. A presença contínua de culturas no campo cria uma “ponte verde”, favorecendo a permanência e a multiplicação de pragas polífagas, que se alimentam de diferentes plantas hospedeiras ao longo do ano.
As estratégias de manejo focam principalmente no combate a insetos-chave, como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e o complexo de percevejos (especialmente o barriga-verde e o marrom). O processo não se resume apenas à aplicação de defensivos, mas envolve o entendimento profundo da bioecologia dos insetos, o uso de sementes com tecnologia embarcada e o monitoramento constante para a tomada de decisão assertiva. O objetivo é intervir no momento exato para evitar perdas irreversíveis, como a redução do estande de plantas, o “encharutamento” das folhas ou danos diretos às espigas, mantendo a rentabilidade da lavoura.
Polifagia e Adaptação: As principais pragas, como a Spodoptera frugiperda, alimentam-se de diversas culturas (milho, soja, algodão), o que facilita sua sobrevivência e migração entre safras.
Danos por Estágio de Desenvolvimento: O ataque ocorre de formas distintas; lagartas causam desfolha e danos ao cartucho, enquanto percevejos injetam toxinas na base da planta, comprometendo o desenvolvimento inicial.
Ciclo Biológico Acelerado: Em regiões de clima quente, comum na maior parte do Brasil, o ciclo de vida das pragas (ovo, larva/ninfa, adulto) é encurtado, resultando em um maior número de gerações por safra.
Sinais Visuais Específicos: A presença de excrementos no cartucho é típica da lagarta, enquanto o enrolamento de folhas centrais e perfilhamento excessivo indicam ataque de percevejos.
Comportamento de Abrigo: Percevejos tendem a se esconder sob a palhada durante o dia, dificultando o contato com inseticidas, enquanto a lagarta-do-cartucho se protege dentro do verticílio da planta.
O nível de controle para a lagarta-do-cartucho é geralmente estabelecido quando 20% das plantas apresentam folhas raspadas (equivalente à nota 3 na Escala Davis).
A identificação correta da espécie é fundamental; por exemplo, diferenciar o percevejo-barriga-verde (Dichelops spp.) do percevejo-marrom (Euschistus heros) influencia a escolha do manejo, já que o primeiro é mais agressivo na fase inicial do milho.
O monitoramento deve ser rigoroso nas fases iniciais (V1 a V5), pois é o período em que a cultura define seu potencial produtivo e está mais suscetível a danos irreversíveis, especialmente por percevejos.
A lagarta-do-cartucho pratica canibalismo, sendo comum encontrar apenas uma lagarta grande por planta, o que exige atenção aos primeiros instares para um controle eficiente antes que elas se alojem profundamente no cartucho.
O manejo de resistência é obrigatório para a sustentabilidade da produção; deve-se rotacionar os modos de ação dos produtos químicos e preservar as áreas de refúgio em lavouras com tecnologia Bt.
A dessecação antecipada da cultura anterior e o manejo de plantas daninhas são práticas essenciais para quebrar o ciclo das pragas e reduzir a pressão inicial sobre o milho recém-plantado.
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