O que é Maturação Fisiológica Do Milho

A maturação fisiológica do milho é o estágio final do desenvolvimento do grão, momento em que cessa a translocação de nutrientes e fotoassimilados da planta para a espiga. É neste ponto que o grão atinge o seu máximo acúmulo de matéria seca e peso, definindo o potencial produtivo final da lavoura. Biologicamente, o grão está “pronto”, embora o teor de umidade ainda esteja elevado, geralmente variando entre 30% e 35%, o que exige processos de secagem natural ou artificial antes do armazenamento seguro.

Para o produtor rural e agrônomos, identificar a maturação fisiológica é crucial para o planejamento da colheita. O indicador visual mais confiável deste estágio é o aparecimento da “camada preta” (black layer) na base do grão, no ponto de inserção com o sabugo. Esta camada é um tecido de abscisão que bloqueia a conexão vascular, isolando o grão da planta mãe. Quando cerca de 50% a 75% das espigas da lavoura apresentam essa característica, considera-se que a cultura atingiu a maturidade fisiológica.

No contexto do agronegócio brasileiro, especialmente em regimes de safrinha, compreender este conceito é vital para a gestão logística. Embora o milho já tenha atingido seu peso máximo, a colheita imediata na maturação fisiológica implica em custos elevados de secagem e riscos de danos mecânicos aos grãos (amassamento) durante a trilha. Portanto, a maturação fisiológica marca o início da janela de decisão de colheita, onde deve-se balancear a umidade do grão, a disponibilidade de maquinário e os riscos climáticos de manter a cultura no campo.

Principais Características

  • Máximo acúmulo de matéria seca: O grão atinge seu peso máximo definitivo, não havendo mais ganho de produtividade após este ponto.

  • Formação da camada preta: Surgimento de uma mancha escura na base do grão, indicando o fechamento das conexões vasculares com o sabugo.

  • Teor de umidade elevado: No momento exato da maturação fisiológica, a umidade dos grãos costuma estar entre 30% e 35%, inadequada para armazenamento imediato sem secagem.

  • Desaparecimento da linha do leite: A linha de amido sólido (linha do leite) desce totalmente até a base do grão, completando a solidificação do endosperma.

  • Senescência da planta: A planta de milho começa a secar rapidamente, com as folhas e o colmo perdendo a cor verde e tornando-se palha.

Importante Saber

  • Diferença entre maturação e ponto de colheita: A maturação fisiológica indica que o ciclo encerrou, mas o ponto ideal de colheita (colheita comercial) geralmente ocorre dias ou semanas depois, quando a umidade baixa para níveis entre 18% e 25%.

  • Riscos de colheita antecipada: Colher antes da maturação fisiológica completa resulta em grãos “chochos”, com menor peso hectolitro e redução direta na produtividade final.

  • Monitoramento de campo: A verificação deve ser feita amostrando espigas em diferentes pontos do talhão, quebrando a espiga ao meio e retirando grãos da região central para verificar a presença da camada preta.

  • Secagem e Armazenamento: Se a colheita for realizada logo após a maturação fisiológica, é obrigatório o uso de secadores artificiais para reduzir a umidade a 13% ou 14%, garantindo a conservação e evitando micotoxinas.

  • Perdas no campo: Manter o milho no campo muito tempo após a maturação fisiológica (secagem natural prolongada) aumenta a exposição a pragas, tombamento de plantas e quebra do colmo, elevando as perdas na plataforma da colhedora.

  • Planejamento de híbridos: O ciclo do híbrido determina quando a maturação ocorrerá; em regiões com risco de geada ou seca no final do ciclo, a precisão na identificação deste estágio é fundamental para salvar a produção.

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