O que é Maturidade Fisiológica Da Soja

A maturidade fisiológica da soja representa o momento exato em que a planta encerra o transporte de nutrientes e fotoassimilados das folhas e hastes para os grãos. É o estágio em que a semente atinge o seu máximo acúmulo de matéria seca e, consequentemente, o pico de sua qualidade fisiológica e vigor. No contexto agronômico brasileiro, identificar este ponto é crucial, pois ele marca biologicamente o fim do ciclo produtivo da cultura, embora a planta ainda não esteja em condições ideais de colheita mecânica devido ao alto teor de umidade.

Nesta fase, o grão está completamente formado e desvinculado vascularmente da planta mãe, mas a lavoura frequentemente ainda apresenta hastes verdes e retenção foliar. Isso cria uma distinção importante entre a maturidade fisiológica e a maturidade de colheita. Enquanto a primeira indica que o grão está pronto biologicamente, a segunda depende da redução da umidade para níveis que permitam o processamento pela colheitadeira sem danos mecânicos excessivos ou “embuchamento” da máquina.

Para o produtor rural, compreender este conceito é fundamental para o planejamento logístico da safra. É a partir da maturidade fisiológica que o grão começa a ficar exposto às intempéries climáticas, funcionando como um “armazém a céu aberto”. Portanto, o intervalo entre este ponto e a colheita efetiva deve ser monitorado de perto para evitar perdas qualitativas e quantitativas, especialmente em regiões com regime de chuvas intenso no final do ciclo.

Principais Características

  • Máximo Acúmulo de Matéria Seca: É o ponto onde o grão atinge seu maior peso e tamanho definitivo, não recebendo mais insumos da planta.

  • Interrupção da Conexão Vascular: Ocorre o desligamento fisiológico entre a vagem e o grão, muitas vezes visível pelo escurecimento do hilo da semente.

  • Alto Teor de Umidade: Apesar de maduro, o grão ainda possui umidade elevada (geralmente entre 30% e 50%), imprópria para colheita imediata e armazenamento seguro.

  • Qualidade Máxima: Neste estágio, a semente possui seus maiores índices de vigor e potencial de germinação, sendo o momento ideal para a qualidade, mas não para a operação mecânica.

  • Presença de Partes Verdes: É comum que a planta ainda apresente folhas e hastes verdes e úmidas, o que exige manejo específico para uniformizar a lavoura antes da entrada do maquinário.

Importante Saber

  • Momento da Dessecação: A identificação da maturidade fisiológica é o gatilho técnico para a aplicação de dessecantes (geralmente no estádio R7), visando antecipar a colheita e uniformizar a lavoura.

  • Identificação Visual (Estádio R7): O início da maturação é identificado quando pelo menos uma vagem na haste principal atinge a coloração típica de madura (amarronzada ou bronzeada).

  • Riscos de Atraso: Após atingir a maturidade fisiológica, a permanência dos grãos no campo sob chuva e calor pode causar fermentação, ardimento, mofo e até brotamento na vagem.

  • Planejamento de Colheita: A colheita deve ser realizada assim que a umidade baixar para níveis aceitáveis (entre 13% e 15%), minimizando o tempo de exposição do grão maduro ao ambiente.

  • Impacto na Segunda Safra: Em sistemas de sucessão, como soja-milho safrinha, a identificação correta deste ponto permite liberar a área mais cedo através da dessecação, aproveitando melhor a janela de plantio da cultura seguinte.

  • Danos Mecânicos: Tentar colher exatamente na maturidade fisiológica, sem a devida perda de umidade, resulta em amassamento dos grãos e perdas significativas na plataforma da colheitadeira.

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