O que é Maturidade Fisiológica De Sementes

A maturidade fisiológica de sementes, frequentemente referida no meio técnico como PMF (Ponto de Maturidade Fisiológica), é o estágio do desenvolvimento vegetal em que a semente atinge o seu máximo acúmulo de matéria seca. Neste momento, a planta encerra a translocação de fotoassimilados (nutrientes como açúcares e aminoácidos convertidos em proteínas, amido e lipídeos) para o grão. Basicamente, a semente está “pronta” e completa em termos de constituição física e química, atingindo o ápice de sua qualidade fisiológica.

No contexto do agronegócio brasileiro, identificar corretamente este ponto é crucial, pois ele marca o início da independência da semente em relação à planta-mãe. A partir do PMF, a conexão vascular é interrompida e a semente não recebe mais nutrientes, iniciando um processo natural de perda de água. Embora a semente tenha atingido seu potencial máximo de vigor e germinação neste estágio, ela geralmente ainda possui um teor de umidade muito elevado, o que inviabiliza a colheita mecânica imediata e o armazenamento seguro sem secagem artificial prévia.

Entender a maturidade fisiológica é fundamental para o planejamento da colheita e para a gestão da qualidade, especialmente na produção de sementes de soja, milho e trigo. Após atingir esse ponto, a semente passa a ficar armazenada no campo (“armazém a céu aberto”), sujeita às intempéries climáticas que podem degradar sua qualidade. Portanto, o PMF é o referencial técnico para definir estratégias de dessecação ou monitoramento de umidade visando a colheita no momento ideal.

Principais Características

  • Máximo acúmulo de matéria seca: A semente atinge o peso máximo de seus componentes nutricionais e estruturais.

  • Interrupção do fluxo vascular: Ocorre o desligamento físico ou fisiológico da planta-mãe (exemplo: formação da camada negra no milho).

  • Ápice de qualidade: Neste exato momento, a semente apresenta seus maiores índices de vigor e potencial de germinação.

  • Alto teor de água: Apesar de madura fisiologicamente, a semente ainda contém muita umidade (geralmente entre 30% e 50%, variando conforme a espécie), exigindo perda de água para ser colhida.

  • Início da deterioração: Como não há mais aporte de nutrientes e mecanismos de reparo ativos pela planta-mãe, qualquer tempo extra no campo após este ponto pode reduzir a qualidade da semente.

Importante Saber

  • Diferença entre Maturidade Fisiológica e de Colheita: O PMF não é necessariamente o ponto de colheita. A maturidade de colheita ocorre posteriormente, quando a umidade do grão baixa para níveis que permitem a operação das máquinas (geralmente entre 13% e 18%) sem causar danos mecânicos excessivos.

  • Risco de “Armazenamento no Campo”: Após o PMF, a semente fica exposta a oscilações de temperatura e umidade (chuva na colheita). Quanto mais tempo a semente ficar no campo após a maturidade fisiológica, maior a perda de vigor devido à respiração e ao ataque de microrganismos.

  • Uso de Dessecantes: Em muitas culturas, como a soja, aplica-se dessecantes quando a lavoura atinge a maturidade fisiológica para uniformizar a perda de água e antecipar a colheita, preservando a qualidade do lote.

  • Identificação Visual: Cada cultura possui sinais visuais específicos do PMF. Na soja, é comum observar o amarelamento e queda das folhas e a mudança de cor das vagens; no milho, observa-se a linha de leite ou a camada negra na inserção do grão com o sabugo.

  • Monitoramento de Umidade: Para produtores de sementes de alta qualidade, colher o mais próximo possível do PMF (com umidade um pouco mais alta) e realizar a secagem artificial controlada é uma estratégia comum para garantir taxas de germinação superiores.

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