O que é Maturidade Fisiológica Do Milho

A maturidade fisiológica do milho é o estágio final do desenvolvimento do grão, marcando o momento exato em que cessa a translocação de nutrientes da planta para a espiga. Neste ponto, o grão atinge o seu máximo acúmulo de matéria seca e peso, o que significa que ele está biologicamente “pronto” e não aumentará mais de tamanho ou massa. Para o produtor rural brasileiro, identificar este estágio é crucial, pois ele determina o fim do ciclo vegetativo e reprodutivo da cultura e o início da fase de secagem natural no campo.

Embora o grão esteja totalmente formado, a maturidade fisiológica não coincide com o ponto de colheita mecânica imediata. Neste estágio, o teor de umidade dos grãos ainda é bastante elevado — frequentemente girando em torno de 30% a 50%, dependendo do híbrido e das condições climáticas —, o que inviabiliza o processamento nas máquinas sem causar danos severos ao produto. Portanto, este marco serve como um indicador de alerta para o planejamento logístico da colheita, sinalizando que a cultura entrou na etapa de perda de água.

A identificação correta deste momento é fundamental para o manejo agronômico, pois permite ao agricultor estimar a produtividade final e planejar a entrada das colheitadeiras. Erros na identificação podem levar a colheitas prematuras, resultando em grãos “chochos” e com baixo peso hectolitro, ou a atrasos desnecessários que expõem a lavoura a intempéries, acamamento e ataque de pragas.

Principais Características

  • Formação da Camada Negra: O indicador mais definitivo da maturidade fisiológica é o surgimento de uma camada escura na base do grão (na inserção com o sabugo), que bloqueia fisicamente a passagem de fotoassimilados e água da planta para a semente.

  • Desaparecimento da Linha do Leite: Visualmente, observa-se a progressão da “linha do leite” (interface entre o amido sólido e a parte leitosa) até o seu desaparecimento total na base do grão, indicando que a solidificação do amido está completa.

  • Máximo Peso de Matéria Seca: É o momento em que o grão atinge seu peso máximo potencial; a partir deste ponto, qualquer variação de peso será apenas pela perda de água.

  • Alto Teor de Umidade: Apesar de maduro, o grão apresenta umidade elevada (geralmente acima de 30%), exigindo um período de secagem (natural ou artificial) antes da debulha mecânica.

  • Senescência da Planta: A lavoura apresenta sinais visuais claros de final de ciclo, com as folhas e o colmo mudando da coloração verde para tons amarelados ou marrons (palha).

Importante Saber

  • Diferença entre Maturidade Fisiológica e de Colheita: É vital distinguir que estar fisiologicamente maduro não significa estar pronto para a colheitadeira; a colheita mecânica ideal ocorre geralmente quando a umidade cai para níveis próximos a 14-16% (ou até 25% se houver secador).

  • Monitoramento de Perdas: Manter o milho no campo muito tempo após a maturidade fisiológica para secagem natural aumenta a exposição a riscos bióticos (insetos, fungos e podridões de espiga) e abióticos (ventos e chuvas), podendo comprometer a qualidade do grão.

  • Planejamento de Silagem: Para produtores que destinam a lavoura para silagem de planta inteira, o ponto ideal de corte ocorre um pouco antes da maturidade fisiológica completa, visando um equilíbrio entre amido e digestibilidade da fibra.

  • Danos Mecânicos: Tentar colher o milho imediatamente após a maturidade fisiológica, sem a devida perda de umidade, resulta em altos índices de grãos quebrados, trincados e amassados, além de dificuldades na regulagem da colhedora.

  • Qualidade do Grão: A colheita realizada no tempo correto após a maturidade fisiológica assegura maior peso hectolitro e menor incidência de grãos ardidos, valorizando o produto final na comercialização.

💡 Conteúdo útil?

Compartilhe com sua rede

Ajude outros produtores compartilhando este conteúdo sobre Maturidade Fisiológica do Milho

Veja outros artigos sobre Maturidade Fisiológica do Milho