Mela do Algodoeiro: O Guia Completo para Identificar, Prevenir e Controlar
Mela do Algodoeiro: principais sintomas da doença, manejos preventivos e outras recomendações de controle para sua lavoura.
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Ler o Guia Principal sobre Mela do Algodoeiro →A mela do algodoeiro é uma doença fúngica de grande importância econômica para a cotonicultura brasileira, causada pelo patógeno de solo Rhizoctonia solani Kuhn, especificamente do grupo de anastomose AG4. Em sua fase reprodutiva sexuada (teleomorfo), o fungo é denominado Thanatephorus cucumeris. A doença manifesta-se principalmente nos estágios iniciais de desenvolvimento da cultura, atacando a parte aérea das plântulas, diferentemente de outras patologias causadas pelo mesmo agente que afetam o sistema radicular.
Identificada oficialmente no Brasil na safra 2004/05 no Mato Grosso, a doença expandiu-se para outras regiões produtoras importantes, como Bahia e Mato Grosso do Sul. O impacto agronômico é severo, pois o fungo possui estruturas de resistência chamadas escleródios, que permitem sua sobrevivência no solo por longos períodos. A infecção resulta na redução drástica do estande de plantas, obrigando o produtor, muitas vezes, a realizar a ressemeadura, o que eleva os custos de produção e compromete a janela ideal de cultivo.
O desenvolvimento da mela é favorecido por condições ambientais específicas, notadamente alta umidade relativa do ar (acima de 80%) e temperaturas entre 25°C e 30°C. O cenário é agravado em situações de monocultivo, preparo excessivo do solo e plantio em épocas de alta pluviosidade. Por ser uma doença de difícil controle curativo, a estratégia de manejo baseia-se fundamentalmente na prevenção e na adoção de práticas culturais que desfavoreçam a proliferação do inóculo na área.
Agente Causal: O fungo responsável é o Rhizoctonia solani AG4 (fase assexuada) ou Thanatephorus cucumeris (fase sexuada), um patógeno habitante do solo.
Sintomatologia Específica: Os sintomas iniciam-se nos cotilédones (primeiras folhas) com lesões de aspecto oleoso nas bordas, evoluindo para o encharcamento dos tecidos, fenômeno conhecido tecnicamente como anasarca.
Estruturas de Resistência: O fungo produz escleródios, estruturas duras e resistentes que garantem a sobrevivência do patógeno no solo entre as safras, dificultando a erradicação.
Fase de Ocorrência: A doença ataca a cultura logo no início do desenvolvimento vegetativo, podendo destruir totalmente os cotilédones e levar à morte da plântula.
Condições Predisponentes: Ambientes com alta pluviosidade, encharcamento do solo e temperaturas elevadas são gatilhos para a infecção, especialmente em sementes de baixo vigor.
Diferenciação de Doenças: É crucial não confundir a mela com o “tombamento” (damping-off). Embora ambos sejam causados por Rhizoctonia solani, a mela ataca a parte aérea (cotilédones), enquanto o tombamento afeta a região do colo e as raízes.
Prevenção como Prioridade: Devido à dificuldade de controle após a infecção, o manejo preventivo é mandatório, incluindo o uso de sementes certificadas, tratamento de sementes com fungicidas e limpeza rigorosa de maquinário para evitar contaminação entre talhões.
Rotação de Culturas: A implementação de rotação com gramíneas é uma prática recomendada, pois ajuda a reduzir a densidade de inóculo do fungo no solo, quebrando o ciclo da doença favorecido pelo monocultivo.
Planejamento de Semeadura: Evitar o plantio em períodos previstos de chuvas intensas e contínuas é uma estratégia agronômica eficiente para reduzir a pressão da doença na fase crítica de estabelecimento da lavoura.
Monitoramento Constante: A identificação precoce dos sintomas de anasarca e lesões oleosas permite tomadas de decisão mais rápidas, embora o foco deva permanecer na proteção do estande inicial.
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