Preço da Tonelada de Cana 2019: Cálculo e Perspectivas de Mercado
Preço da tonelada de cana 2019: Entenda a formação dos preços, valores praticados no mercado hoje e perspectiva para o fechamento da safra.
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O Mercado de Açúcar e Etanol, frequentemente referido como setor sucroenergético, constitui um dos pilares mais robustos do agronegócio brasileiro. Ele engloba toda a cadeia produtiva que transforma a cana-de-açúcar em commodities alimentícias (açúcar), biocombustíveis (etanol) e bioeletricidade. O Brasil destaca-se globalmente neste cenário, sendo responsável por uma fatia expressiva da produção e exportação mundial, o que confere ao país um papel determinante na formação de preços internacionais e na dinâmica de oferta e demanda.
A operação deste mercado é complexa e baseia-se na interdependência entre três segmentos principais: o de energia, regulado pela Aneel; o de combustíveis (etanol), regulado pela ANP; e o de açúcar, que opera majoritariamente no mercado livre. Para o produtor rural, a compreensão deste mercado é vital, pois a remuneração da matéria-prima não é fixa, mas sim atrelada ao desempenho de venda dos produtos finais pelas usinas, seguindo modelos de precificação como o Consecana (Conselho de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol).
Na prática, a rentabilidade do canavicultor está diretamente ligada à eficiência industrial e às flutuações de preço do açúcar e do etanol, tanto no mercado interno quanto no externo. O sistema de pagamento valoriza a qualidade da cana entregue, medida pela concentração de açúcares, criando um vínculo direto entre o manejo agronômico no campo e o valor final recebido por tonelada.
Sistema de Precificação via ATR: A remuneração do produtor é baseada na quantidade de Açúcar Total Recuperável (ATR) por tonelada, e não apenas no peso bruto da cana, incentivando a entrega de matéria-prima de alta qualidade.
Modelo de Participação: O sistema Consecana estabelece uma divisão de receitas onde, historicamente, cerca de 60% do valor obtido com os produtos finais é destinado ao fornecedor da cana e 40% à unidade industrial.
Mix de Produção Flexível: As usinas possuem flexibilidade para direcionar a cana para a produção de mais açúcar ou mais etanol, dependendo de qual produto oferece melhor remuneração no momento, o que impacta diretamente o valor do ATR.
Influência de Múltiplos Mercados: O preço final do ATR é composto por uma média ponderada de diversos produtos, incluindo açúcar branco e VHP (exportação), além de etanol anidro e hidratado (mercado interno e externo).
Regulação Híbrida: O setor convive com mercados regulados (energia e combustíveis) e mercados de livre concorrência (açúcar), exigindo acompanhamento constante de políticas públicas e cotações internacionais.
Diferença entre ART e ATR: É fundamental distinguir o ART (Açúcares Redutores Totais), que é o açúcar total na planta, do ATR (Açúcar Total Recuperável), que desconta as perdas industriais (fixadas em torno de 8,5% no modelo padrão).
Impacto do Clima na Qualidade: Fatores climáticos influenciam diretamente o acúmulo de sacarose. O produtor deve monitorar como o clima afeta o teor de ATR, pois isso altera o valor final da tonelada, independentemente da produtividade em biomassa.
Volatilidade de Preços: Como o valor do ATR é flutuante e depende das vendas da usina, o produtor fica exposto às variações cambiais (dólar) e ao preço do petróleo, que afeta a competitividade do etanol.
Análise Laboratorial: A precificação depende da análise da cana na entrada da usina. É crucial que o produtor acompanhe ou audite esses processos para garantir que a classificação da sua matéria-prima esteja correta.
Planejamento de Colheita: O momento da colheita deve ser estratégico para maximizar o teor de açúcar (pol), visando entregar a cana no pico de maturação para obter a melhor remuneração possível dentro da tabela do Consecana.
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