Módulo 5 - Aula 3: Controle Profissional de Estoque de Defensivos com Método PEPS
Domine o controle de estoque de defensivos com método PEPS. Aprenda a calcular custos reais por talhão, evitar perdas de até R$ 85.000/ano e reduzir c...
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O método PEPS, acrônimo para “Primeiro que Entra, Primeiro que Sai” (conhecido internacionalmente como FIFO), é uma estratégia de gestão de estoques amplamente aplicada no agronegócio para o controle de insumos, especialmente defensivos agrícolas, fertilizantes e sementes. A premissa básica é operacional e financeira: os lotes de produtos adquiridos há mais tempo devem ser os primeiros a serem utilizados nas aplicações de campo. No contexto das fazendas brasileiras, onde a volatilidade cambial e a sazonalidade de preços são constantes, o PEPS transcende a simples organização física do armazém, tornando-se uma ferramenta vital para a precisão do custeio da safra.
Diferente de métodos contábeis simplificados, como o “Preço Médio”, o PEPS permite que o produtor rural atribua o custo exato de cada aplicação ao talhão específico onde o insumo foi utilizado. Isso significa que, se um defensivo foi comprado em maio por um preço menor e outro lote do mesmo produto foi adquirido em julho por um valor maior, o sistema garante que o custo contabilizado na lavoura respeite essa ordem cronológica de uso. Essa metodologia elimina distorções financeiras que podem chegar a 25% no custo real de produção, oferecendo uma visão clara da rentabilidade por área.
Além da precisão financeira, o PEPS atua diretamente na redução de perdas operacionais. Ao forçar o giro dos produtos mais antigos, o método mitiga drasticamente o risco de vencimento de defensivos no estoque, um problema que gera prejuízos significativos e passivos ambientais. A implementação correta deste método exige disciplina no registro de entradas e saídas, preferencialmente com suporte digital, para garantir a rastreabilidade total desde a nota fiscal de compra até a aplicação na planta.
Priorização Cronológica de Consumo: A característica central é a utilização obrigatória dos lotes mais antigos antes dos mais novos, garantindo a rotatividade eficiente do estoque e evitando a obsolescência dos produtos químicos.
Custeio Real por Talhão: Permite calcular o custo de produção com base no valor efetivamente pago pelo lote aplicado em cada área, em vez de utilizar uma média geral que mascara a eficiência financeira de diferentes momentos de compra.
Rastreabilidade Total de Lotes: Vincula cada aplicação a um lote específico de entrada, facilitando o controle de qualidade e a identificação rápida de problemas em caso de falhas na eficácia do produto.
Redução de Capital Imobilizado: Ao otimizar o fluxo de saída e evitar compras duplicadas por descontrole, o método tende a reduzir o volume financeiro parado no armazém, liberando fluxo de caixa para outras operações.
Gestão de Validade Ativa: Transforma o controle de datas de vencimento em um processo automático da operação, reduzindo drasticamente as perdas financeiras por produtos expirados, que podem representar uma fatia relevante do desperdício anual.
Distorção do Preço Médio: Utilizar o preço médio em vez do PEPS pode gerar distorções de até 25% na análise de lucro por talhão, levando a decisões erradas sobre quais áreas são verdadeiramente rentáveis ou deficitárias.
Impacto nas Compras Emergenciais: A organização proporcionada pelo PEPS melhora a previsibilidade de demanda, reduzindo a necessidade de compras de última hora que, historicamente, carregam um sobrepreço de 15% a 20%.
Exigência de Disciplina Operacional: Para que o método funcione, não basta apenas a intenção; é necessário que a equipe de campo e o almoxarifado sigam rigorosamente a ordem de retirada, o que geralmente demanda mudança cultural e ferramentas de controle.
Diferença de ROI: Estudos indicam que sistemas de gestão baseados em PEPS podem oferecer um Retorno sobre Investimento (ROI) até seis vezes superior em comparação a controles manuais, devido à economia gerada na prevenção de perdas e compras erradas.
Separação Física e Lógica: Embora o conceito seja lógico (contábil), ele deve ser refletido fisicamente no armazém, organizando as prateleiras de modo que os produtos mais antigos estejam sempre mais acessíveis para retirada imediata.
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