Melhoramento Genético do Milho: Guia Completo de Híbridos e Transgênicos
Melhoramento Genético do Milho: Entenda as diferenças entre variedades e híbridos, novas tecnologias e mais!
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O milho transgênico, ou geneticamente modificado (GM), é o resultado da aplicação da biotecnologia moderna na agricultura, onde genes de outras espécies — frequentemente bactérias como o Bacillus thuringiensis — são inseridos no genoma da planta através de engenharia genética. No Brasil, a liberação comercial dessa tecnologia ocorreu no início dos anos 2000, marcando uma revolução no sistema produtivo nacional. Diferente do melhoramento genético convencional, que cruza plantas da mesma espécie, a transgenia permite introduzir características específicas que não existem naturalmente no germoplasma do milho, visando solucionar desafios agronômicos complexos.
O principal objetivo prático do milho transgênico é conferir à cultura mecanismos de defesa e manejo mais eficientes. As tecnologias mais difundidas oferecem resistência a insetos-praga (tecnologia Bt), fazendo com que a planta produza proteínas tóxicas para lagartas específicas, e tolerância a herbicidas de amplo espectro. Isso permite que o produtor realize o controle de plantas daninhas na lavoura já estabelecida sem causar fitotoxidez à cultura. Essa inovação foi decisiva para viabilizar o cultivo em larga escala e a expansão da “safrinha” em regiões tropicais, onde a pressão de pragas e a competição com mato são intensas.
Atualmente, o mercado de sementes oferece tecnologias combinadas, conhecidas como “piramidadas”, que agregam múltiplos eventos transgênicos em um único híbrido. Isso amplia o espectro de proteção contra diferentes espécies de lagartas e oferece tolerância a diferentes princípios ativos de herbicidas. No entanto, é fundamental compreender que a transgenia é uma ferramenta de proteção do potencial produtivo do híbrido, e não um fator isolado de aumento de produtividade; o teto produtivo continua dependendo da genética base do híbrido e do ambiente de produção.
Resistência a Insetos (Bt): A planta expressa proteínas inseticidas que controlam as principais lagartas da cultura, como a lagarta-do-cartucho, reduzindo a necessidade de pulverizações constantes.
Tolerância a Herbicidas: Permite a aplicação de herbicidas não seletivos (como glifosato ou glufosinato) em pós-emergência, facilitando o manejo de plantas daninhas e a limpeza da área.
Eventos Combinados (Pyramiding): Presença de múltiplos genes em uma mesma semente para dificultar a quebra de resistência pelas pragas e ampliar o espectro de controle.
Redução de Danos Foliares e na Espiga: Ao controlar as pragas desde o início do ataque, a tecnologia preserva a área foliar fotossinteticamente ativa e a qualidade dos grãos.
Segurança Alimentar e Biossegurança: Todos os eventos transgênicos passam por rigorosa aprovação da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) antes de chegarem ao mercado.
Obrigatoreidade do Refúgio: Para garantir a longevidade da tecnologia, é indispensável plantar uma área de refúgio (milho não Bt) correspondente a uma porcentagem da lavoura (geralmente 10%), permitindo a sobrevivência de insetos suscetíveis.
Monitoramento Constante: O uso de milho transgênico não elimina a necessidade de monitoramento da lavoura; aplicações complementares de inseticidas podem ser necessárias caso a população de pragas atinja o nível de dano econômico.
Manejo de Milho Tiguera: Grãos de milho transgênico perdidos na colheita podem germinar na safra seguinte (ex: soja) e, por serem tolerantes a herbicidas, tornam-se plantas daninhas de difícil controle, exigindo manejo específico.
Rotação de Tecnologias: É recomendável rotacionar os modos de ação (diferentes proteínas Bt) e os herbicidas utilizados para evitar a seleção de pragas e plantas daninhas resistentes.
Custo da Semente: Sementes com biotecnologia agregada possuem valor mais elevado devido aos royalties, o que exige um cálculo apurado da relação custo-benefício dentro do planejamento da safra.
Qualidade da Aplicação: A eficácia da tolerância a herbicidas depende da aplicação correta (dose, estádio da planta daninha e condições climáticas), evitando a deriva e a seleção de resistência no banco de sementes do solo.
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