Módulo 5 - Aula 2: Armazenamento Seguro e Misturas de Defensivos
Construa armazéns seguros conforme ABNT 9843 e domine o teste da garrafa para misturas compatíveis. Economia de R$ 1.200/ha em perdas.
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A mistura em tanque consiste na prática agronômica de combinar dois ou mais produtos fitossanitários, fertilizantes foliares ou adjuvantes no mesmo tanque do pulverizador para uma aplicação simultânea. No contexto do agronegócio brasileiro, onde as janelas de aplicação são frequentemente curtas devido às condições climáticas e à extensão das áreas de cultivo, essa técnica é fundamental para a otimização operacional. Ela permite que o produtor realize o controle de múltiplas pragas, doenças ou plantas daninhas em uma única entrada na lavoura, reduzindo o consumo de diesel, o desgaste do maquinário e a compactação do solo.
No entanto, a mistura em tanque é um processo complexo que envolve interações físicas e químicas entre os diferentes compostos. Quando realizada sem o devido conhecimento técnico ou protocolos de compatibilidade, pode resultar em reações indesejadas. A incompatibilidade da calda é um dos principais gargalos na eficiência das pulverizações, podendo gerar desde a precipitação de produtos no fundo do tanque até a inativação das moléculas químicas. Dados do setor indicam que misturas incompatíveis resultam em perdas financeiras significativas, estimadas em R 1.200,00 por hectare devido a aplicações ineficazes e danos aos equipamentos.
Portanto, embora seja uma ferramenta logística indispensável para a agricultura moderna, a mistura em tanque exige rigor técnico. Não se trata apenas de misturar líquidos, mas de entender a ordem correta de adição, o pH da água, a solubilidade dos produtos e a estabilidade da calda final. A falta de atenção a esses detalhes pode comprometer severamente o investimento realizado na safra, transformando uma estratégia de economia de tempo em um prejuízo agronômico e financeiro.
Interação Físico-Química: A mistura envolve a combinação de diferentes formulações (pós, grânulos, líquidos emulsionáveis, suspensões concentradas) que interagem entre si e com a água, podendo alterar o pH e a estabilidade da solução.
Otimização Operacional: Sua principal característica funcional é a redução do número de passadas do trator na lavoura, o que diminui custos operacionais e aproveita melhor as janelas climáticas favoráveis para aplicação.
Sensibilidade à Ordem de Adição: O sucesso da mistura depende estritamente da sequência em que os produtos são colocados no tanque (geralmente iniciando pela água, seguido de reguladores, pós, e finalizando com líquidos e adjuvantes).
Risco de Antagonismo: Caracteriza-se pela possibilidade de um produto anular ou reduzir a eficácia do outro, resultando em uma redução de 25% a 60% na eficácia do controle biológico esperado.
Potencial de Danos ao Equipamento: Misturas instáveis podem formar borras, cristais ou pastas que entopem bicos, filtros e tubulações, exigindo paradas frequentes para manutenção e limpeza.
Teste da Garrafa (Jar Test): Antes de realizar a mistura no tanque do pulverizador, é imprescindível realizar o pré-teste em pequena escala (garrafa transparente) para visualizar possíveis reações físicas, como separação de fases, floculação ou aquecimento excessivo.
Impacto Financeiro da Incompatibilidade: Erros na mistura não geram apenas falhas de controle; eles acarretam custos diretos de reaplicação desnecessária, estimados em cerca de R 380,00 por hectare, além do desperdício do produto original.
Perda de Princípio Ativo: O armazenamento incorreto prévio ou a mistura inadequada podem degradar o princípio ativo; estudos apontam que a incompatibilidade pode levar à perda de eficácia agronômica, exigindo doses maiores ou produtos mais caros para corrigir o problema.
Tempo de Utilização da Calda: A calda preparada através de mistura em tanque deve ser aplicada imediatamente. O repouso da mistura pode acelerar reações químicas de degradação ou decantação física que a agitação do tanque não consegue reverter.
Legislação e Responsabilidade: A prática deve sempre seguir as recomendações de um engenheiro agrônomo e respeitar a legislação vigente, visto que misturas não recomendadas podem causar fitotoxicidade na cultura e riscos ambientais.
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