Fungicida Sistêmico vs. Contato: Qual a Diferença e Quando Usar Cada Um?
Fungicida sistêmico: confira quais as diferenças entre os principais grupos de fungicidas, sua ação e em qual situação deve ser utilizado
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O modo de ação de fungicidas refere-se ao mecanismo bioquímico ou fisiológico específico pelo qual um produto fitossanitário interrompe o desenvolvimento ou causa a morte de um fungo patogênico. Diferente da mobilidade (se o produto é sistêmico ou de contato), o modo de ação descreve “como” e “onde” a molécula química ataca a célula fúngica. Esse ataque pode ocorrer através da inibição da respiração celular, da desestabilização das membranas, da interferência na divisão celular ou do bloqueio da síntese de componentes vitais para a sobrevivência do microrganismo.
No contexto da agricultura brasileira, caracterizada por clima tropical e cultivos intensivos que favorecem a multiplicação de patógenos, o entendimento do modo de ação é a base para o Manejo da Resistência de Fungos aos Fungicidas (FRAC). O uso repetitivo de produtos com o mesmo mecanismo de ataque seleciona populações de fungos resistentes, tornando o controle ineficaz ao longo do tempo. Portanto, conhecer se um fungicida atua no núcleo, na parede celular ou na mitocôndria do fungo é essencial para planejar a rotação de ativos e preservar a longevidade das tecnologias de proteção no campo.
Alvo Biológico Específico: O modo de ação define qual processo vital do fungo é interrompido, como a produção de energia (respiração), a síntese de ergosterol (membrana celular) ou a mitose (divisão celular).
Classificação Uni-sítio vs. Multissítio: Fungicidas podem atuar em um único ponto do metabolismo do fungo (uni-sítio), sendo mais propensos à resistência, ou em múltiplos pontos simultaneamente (multissítio), o que dificulta a adaptação do patógeno.
Correlação com Grupos Químicos: Cada grupo químico possui um modo de ação predominante; por exemplo, as Estrobilurinas e Carboxamidas geralmente inibem a respiração, enquanto os Triazóis alteram a membrana celular.
Interação com a Fisiologia do Fungo: A característica determina se o produto impede a germinação dos esporos, o crescimento do tubo germinativo ou a esporulação, influenciando o momento ideal de aplicação.
Base para Classificação FRAC: O modo de ação é o critério utilizado internacionalmente para agrupar fungicidas em códigos, facilitando a identificação de produtos com mecanismos semelhantes para evitar sua repetição sequencial.
Rotação de Mecanismos é Crucial: Para evitar a resistência, nunca se deve aplicar sequencialmente produtos com o mesmo modo de ação, mesmo que sejam de marcas ou nomes comerciais diferentes.
Diferença entre Mobilidade e Modo de Ação: Não confunda a capacidade de entrar na planta (sistêmico) com a forma como o produto mata o fungo (modo de ação). Um fungicida pode ser sistêmico e atuar na membrana, enquanto outro pode ser de contato e atuar em múltiplos sítios.
Uso de Multissítios: A inclusão de fungicidas multissítios (como mancozebe ou clorotalonil) nos programas de manejo é fundamental para proteger a eficácia dos fungicidas de sítio específico (uni-sítios).
Janela de Atuação: O modo de ação influencia se o produto deve ser usado preferencialmente de forma preventiva (antes da infecção) ou se possui alguma capacidade curativa (logo após a infecção), embora a aplicação preventiva seja sempre a mais segura.
Identificação de Falhas: Se um fungicida aplicado corretamente deixar de funcionar, é necessário investigar se houve seleção de resistência ao modo de ação específico daquele grupo químico na população de fungos da área.
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