Resistência de Plantas Daninhas a Herbicidas: Identificação e Manejo
Resistência de plantas daninhas a herbicidas: o que é, quais os principais mecanismo e como evitar esse problema em sua lavoura.
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O modo de ação de herbicidas refere-se à sequência completa de eventos biológicos e fisiológicos que ocorrem em uma planta, desde o momento da absorção do produto até a morte do tecido vegetal. Embora frequentemente confundido com o mecanismo de ação — que é a interação bioquímica específica em um alvo molecular, como uma enzima —, o modo de ação é um conceito mais amplo. Ele engloba a absorção, a translocação pelo sistema vascular (ou a falta dela), a inibição de processos vitais e o desenvolvimento dos sintomas visíveis que levam ao controle da planta daninha.
No contexto do agronegócio brasileiro, compreender o modo de ação é uma ferramenta indispensável para o manejo integrado de plantas daninhas. Com o aumento expressivo de casos de resistência, onde espécies como a buva e o azevém deixam de responder a tratamentos convencionais, o produtor precisa diversificar as ferramentas químicas. O conhecimento sobre como o herbicida atua permite identificar se o produto é sistêmico ou de contato, prever a velocidade de controle e, principalmente, realizar a rotação correta de defensivos para preservar a eficácia das tecnologias disponíveis no mercado.
Distinção Técnica: Enquanto o mecanismo de ação é o “ataque inicial” (ex: inibição da enzima EPSPs), o modo de ação é a consequência fisiológica desse ataque (ex: parada do crescimento e clorose).
Sintomatologia: Define os sintomas visuais específicos que a planta apresenta, como necrose, epinastia (encarquilhamento), branqueamento ou clorose entre as nervuras.
Mobilidade na Planta: Classifica os herbicidas em sistêmicos (que se movem pelo floema ou xilema para atingir pontos de crescimento) ou de contato (que agem apenas onde a gota atinge a folha).
Velocidade de Ação: Determina o tempo necessário para o controle total; herbicidas de contato ou inibidores de fotossíntese tendem a agir mais rápido que inibidores de síntese de aminoácidos.
Base para Classificação: Os herbicidas são agrupados internacionalmente (como pelo HRAC) baseados em seus modos de ação para facilitar o planejamento de rotação.
A rotação de herbicidas com diferentes modos de ação é a estratégia mais eficaz para prevenir ou retardar a seleção de plantas daninhas resistentes na lavoura.
A sobrevivência de plantas daninhas após a aplicação de um herbicida na dose e condições corretas é um forte indício de resistência ao modo de ação utilizado.
A resistência pode ocorrer por alteração no sítio de ação (onde o herbicida não se “encaixa” mais) ou por mecanismos fora do sítio de ação (como metabolização rápida do produto pela planta).
O uso repetitivo do mesmo modo de ação, safra após safra, exerce alta pressão de seleção, eliminando a competição e favorecendo a multiplicação de biótipos resistentes.
Para herbicidas de contato, a tecnologia de aplicação deve focar em cobertura total das folhas, enquanto para os sistêmicos, as condições climáticas para absorção e translocação são prioritárias.
A presença de resistência a múltiplos modos de ação em uma mesma planta torna o manejo químico extremamente complexo e oneroso, exigindo integração com métodos mecânicos e culturais.
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