Inseticidas Ecdisteroides: Guia para Controle Inteligente de Pragas
Inseticidas ecdisteroides: entenda como contribuem para redução das pragas sem gerar efeitos colaterais como outros químicos!
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O modo de ação de inseticidas refere-se ao mecanismo fisiológico e bioquímico específico pelo qual um defensivo agrícola interage com o organismo da praga para causar sua morte ou interromper seu ciclo de vida. No agronegócio brasileiro, onde a pressão de insetos é constante devido ao clima tropical, compreender esse conceito é fundamental para a eficácia do manejo. Não se trata apenas de como o produto entra no inseto (contato ou ingestão), mas sim de qual sistema vital ele ataca, seja o sistema nervoso, a respiração celular, o sistema digestivo ou o desenvolvimento e crescimento.
A classificação desses modos de ação é padronizada globalmente e no Brasil pelo IRAC (Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas). Cada inseticida possui um “sítio de ação” específico, que é a proteína ou enzima exata onde a molécula química se liga. Por exemplo, enquanto alguns produtos causam hiperexcitação nervosa imediata (efeito de choque), outros, como os inseticidas ecdisteroides, atuam de forma mais sutil como reguladores de crescimento, mimetizando hormônios e forçando a muda do inseto em momentos inadequados, o que leva à morte da praga de forma seletiva.
Entender o modo de ação é a base do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e da prevenção da resistência. O uso repetitivo de produtos com o mesmo mecanismo de ação seleciona indivíduos resistentes, tornando o controle ineficaz ao longo do tempo. Portanto, o conhecimento técnico sobre como cada grupo químico atua permite ao produtor realizar a rotação correta de defensivos, garantindo a longevidade das tecnologias e a sustentabilidade econômica da lavoura.
Classificação por Alvo Fisiológico: Os inseticidas são divididos em grandes grupos conforme o sistema que atacam: sistema nervoso e muscular, crescimento e desenvolvimento (como os ecdisteroides), respiração celular e sistema digestivo.
Sítio de Ação Específico: Dentro de cada sistema, o produto atua em um ponto específico, como receptores de acetilcolina, canais de sódio ou síntese de quitina, determinando a classificação numérica do IRAC.
Velocidade de Atuação: O modo de ação define se o produto terá um efeito de “choque” (knockdown), comum em neurotóxicos, ou uma ação mais lenta e progressiva, típica dos reguladores de crescimento.
Seletividade: Modos de ação mais modernos e específicos tendem a ser mais seletivos, atingindo a praga-alvo sem prejudicar significativamente inimigos naturais e polinizadores.
Sintomatologia na Praga: Cada modo de ação gera sintomas visuais distintos no inseto, como tremores, paralisia, interrupção da alimentação ou falhas na formação da carapaça (exoesqueleto).
Rotação de Mecanismos é Obrigatória: Para evitar a resistência, nunca realize aplicações sequenciais de produtos que pertençam ao mesmo grupo de modo de ação (mesmo número na classificação IRAC), mesmo que sejam de marcas diferentes.
Momento da Aplicação: Inseticidas reguladores de crescimento, que atuam na muda ou ecdise, são mais eficientes quando aplicados nos estágios iniciais das lagartas ou ninfas, exigindo monitoramento constante da lavoura.
Preservação de Inimigos Naturais: Ao escolher um modo de ação, verifique seu perfil toxicológico para organismos não-alvo; produtos fisiológicos (como os ecdisteroides) geralmente preservam melhor a fauna benéfica que auxilia no controle biológico.
Identificação na Bula: A classificação do modo de ação deve constar na bula do produto; consultar essa informação é o primeiro passo para planejar um programa de pulverização eficiente.
Diferença entre Grupo Químico e Modo de Ação: Produtos podem pertencer a grupos químicos diferentes, mas atuar no mesmo sítio de ação; o foco da rotação deve ser sempre no modo de ação para garantir a quebra do ciclo de resistência.
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