Ciclo da Soja: Do Plantio à Colheita, Entenda Todas as Etapas
Ciclo da soja: Confira como e quanto dura o ciclo da soja, quais as principais etapas do desenvolvimento desse cultivo e muito mais.
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A morfologia da soja refere-se ao estudo detalhado da estrutura física, forma e organização externa da planta Glycine max, uma leguminosa herbácea da família Fabaceae. No contexto do agronegócio brasileiro, compreender a anatomia da planta — desde o sistema radicular até a formação das vagens — é a base para um manejo agronômico de alta precisão. O conhecimento morfológico não serve apenas para descrição botânica, mas é a ferramenta principal que permite ao produtor e ao agrônomo identificar corretamente os estádios de desenvolvimento da cultura.
Entender a morfologia é crucial para diferenciar as fases vegetativas e reprodutivas, permitindo intervenções assertivas. Por exemplo, saber identificar os nós no caule principal ou o tipo de folha presente determina o momento exato para a aplicação de defensivos, reguladores de crescimento ou adubação de cobertura. Além disso, o reconhecimento das características morfológicas auxilia na escolha da cultivar adequada para cada região, considerando o hábito de crescimento e a arquitetura da planta, fatores que influenciam diretamente o espaçamento e a população de plantas por hectare.
Sistema Radicular Pivotante: A planta possui uma raiz principal vigorosa que cresce verticalmente, com raízes secundárias laterais. Embora possa atingir até 1,8 m de profundidade, a maior parte da absorção de água e nutrientes concentra-se nos primeiros 30 cm do solo.
Germinação Epígea: Uma característica marcante é que os cotilédones (folhas de reserva da semente) emergem acima da superfície do solo durante a germinação, tornando-se as primeiras estruturas fotossintetizantes visíveis antes das folhas verdadeiras.
Sucessão Foliar: O desenvolvimento foliar segue uma ordem específica: inicia-se com as folhas cotiledonares, seguidas por um par de folhas unifolioladas (simples) e, posteriormente, desenvolvem-se as folhas trifolioladas (compostas), que constituem a maior parte da área foliar da planta adulta.
Hábito de Crescimento: Pode ser classificado como determinado (o crescimento vegetativo cessa quando inicia o florescimento, formando um racemo terminal) ou indeterminado (a planta continua crescendo em altura e emitindo novos nós e folhas mesmo após o início da floração).
Estruturas Reprodutivas: As flores realizam fecundação autógama (autofecundação) e podem variar entre cores branca e roxa. As vagens, resultantes dessa fertilização, iniciam-se verdes e tornam-se amarelo-pálidas na maturação.
Base para o Estadiamento: A contagem de nós e a identificação das folhas (abertas ou não) são os critérios utilizados na escala fenológica de Fehr e Caviness (estádios V e R). Erros na identificação morfológica levam a erros no estadiamento e, consequentemente, no manejo.
Cuidado com os Cotilédones: Devido à germinação epígea, os cotilédones ficam expostos. Danos a essas estruturas por pragas, maquinário ou granizo logo após a emergência podem comprometer o vigor inicial ou até matar a planta, pois são sua reserva primária de energia.
Manejo por Hábito de Crescimento: A distinção morfológica entre crescimento determinado e indeterminado muda a estratégia de defesa. Cultivares indeterminadas possuem maior capacidade de recuperação após estresses no início do florescimento, pois continuam produzindo novos nós reprodutivos.
Profundidade de Raiz e Solo: O conhecimento de que a raiz é pivotante mas concentra-se na camada superficial reforça a necessidade de corrigir a compactação do solo e garantir fertilidade nos primeiros 30 cm, sem negligenciar a correção em profundidade para garantir resistência à seca.
Uniformidade da Lavoura: Para fins técnicos e tomada de decisão, considera-se que a lavoura atingiu um determinado estágio morfológico quando 50% das plantas do talhão apresentam as características daquela fase.
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