Viroses no Trigo: Como Identificar e Manejar Mosaico e Nanismo Amarelo
Viroses no Trigo: Conheça as principais, os sintomas, vetores e as medidas de controle mais eficazes. Confira!
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O Mosaico Comum do Trigo é uma doença viral severa causada principalmente pelo Soil-borne wheat mosaic virus (SBWMV), podendo estar associada também ao Wheat spindle streak virus (WSSMV). Diferente de viroses transmitidas por pulgões, esta enfermidade tem como vetor um protozoário habitante do solo, o Polymyza graminis, que parasita as raízes das plantas. A doença é particularmente relevante nas regiões produtoras de trigo do Sul do Brasil, como Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, onde as condições climáticas de inverno favorecem o desenvolvimento do vetor e do vírus.
A infecção ocorre quando o solo apresenta alta umidade, permitindo que os esporos do vetor se movam e penetrem nas raízes do trigo. Uma vez infectada, a planta sofre alterações fisiológicas que comprometem seu desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. O impacto econômico é significativo, com potencial de redução de até 60% no peso dos grãos em cultivares suscetíveis, tornando o manejo preventivo uma prioridade para garantir a rentabilidade da lavoura.
Além do trigo, o vírus pode afetar outros cereais de inverno, como cevada, centeio e triticale. A persistência do vetor no solo por longos períodos torna a erradicação difícil, exigindo que o produtor adote estratégias integradas de manejo, focadas principalmente na escolha genética e nas condições físicas do solo para mitigar os danos.
Vetor de Solo: A transmissão é realizada exclusivamente pelo protozoário Polymyza graminis, que sobrevive no solo e em restos culturais, sendo favorecido pelo sistema de plantio direto.
Dependência Climática: A doença é favorecida por temperaturas amenas, com desenvolvimento ideal em torno de 16°C, sendo inibida quando as temperaturas ultrapassam os 20°C.
Sintomatologia Foliar: O sintoma clássico apresenta-se como estrias cloróticas (amarelas) nas folhas, que correm paralelas às nervuras, dando o aspecto de mosaico.
Efeito “Roseta”: Em casos severos, ocorre o enfezamento da planta, caracterizado pela paralisação do crescimento e afilhamento excessivo, sintoma conhecido como roseta.
Condições Predisponentes: Solos compactados, com drenagem deficiente e sujeitos a encharcamento aumentam a mobilidade do vetor e a incidência da virose.
Hospedeiros Alternativos: Além do trigo, o vírus infecta outras gramíneas de inverno economicamente importantes, o que deve ser considerado no planejamento da rotação de culturas.
Manejo Preventivo Obrigatório: Não existem defensivos químicos (fungicidas ou inseticidas) capazes de curar a planta infectada ou controlar o vírus diretamente; o foco deve ser evitar a infecção.
Resistência Genética: A principal e mais eficiente ferramenta de controle é a utilização de cultivares geneticamente resistentes ou tolerantes ao vírus e ao vetor.
Diagnóstico Precoce: Os sintomas costumam aparecer nos estágios iniciais da cultura, logo após o plantio, sendo crucial o monitoramento para diferenciar de deficiências nutricionais.
Manejo do Solo: Melhorar a drenagem e descompactar o solo são práticas culturais que dificultam a disseminação do vetor, reduzindo a pressão da doença na área.
Risco em Áreas Úmidas: Regiões com histórico de chuvas excessivas e acúmulo de água no solo durante o inverno exigem atenção redobrada na escolha da semente.
Impacto na Produtividade: A doença afeta diretamente o enchimento de grãos, resultando em menor peso do hectolitro (PH) e, consequentemente, menor valor de mercado e produtividade final.
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