Nematoides na Soja: Guia Completo para Identificação e Controle Eficiente
Nematoides na soja: Veja como reconhecê-los na sua lavoura e as 5 principais maneiras de controlá-los de forma eficiente.
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O Nematoide de Cisto da Soja (Heterodera glycines) é considerado um dos patógenos mais severos e economicamente impactantes para a sojicultura no Brasil e no mundo. Trata-se de um verme microscópico, classificado como endoparasita sedentário, que ataca o sistema radicular da planta, comprometendo diretamente a absorção de água e nutrientes. A doença provocada por este organismo é frequentemente conhecida como “nanismo amarelo”, devido aos sintomas visuais de clorose e enfezamento que causa na parte aérea da cultura.
A principal característica biológica que torna este nematoide um desafio agronômico complexo é a formação do cisto. O cisto nada mais é do que o corpo da fêmea morta, que se torna rígido e escuro, protegendo centenas de ovos em seu interior. Essa estrutura de resistência permite que o patógeno sobreviva no solo por vários anos, mesmo na ausência de plantas hospedeiras, aguardando condições favoráveis para eclodir e reiniciar o ciclo de infecção. No contexto brasileiro, a disseminação ocorre principalmente através do trânsito de máquinas e implementos agrícolas contendo solo contaminado.
Formato de Limão: As fêmeas adultas fixadas às raízes possuem um formato característico de “limão”, sendo visíveis a olho nu ou com auxílio de lupa; inicialmente são brancas e, com o tempo, tornam-se marrons (cistos).
Sintomas de Deficiência Nutricional: O ataque interfere na fisiologia da planta, gerando sintomas que mimetizam a deficiência de nitrogênio e potássio, além de sinais de estresse hídrico.
Ocorrência em Reboleiras: Na lavoura, os danos não são uniformes; manifestam-se em manchas ou “reboleiras” onde as plantas apresentam porte reduzido e amarelamento, enquanto a vegetação ao redor pode parecer normal.
Inibição da Nodulação: O parasitismo do Heterodera glycines prejudica severamente a formação de nódulos de Bradyrhizobium, afetando a fixação biológica de nitrogênio, essencial para a produtividade da soja.
Ciclo de Vida Rápido: Em condições ideais de temperatura (acima de 28 °C) e umidade, comuns no Brasil, o ciclo pode se completar em cerca de 21 a 24 dias, permitindo várias gerações em uma única safra.
Diagnóstico Laboratorial é Crucial: Apenas a análise visual não é suficiente para o manejo correto; é necessário realizar a análise nematológica de solo e raízes para identificar a raça (HG Type) presente na área, pois existem diversas raças fisiológicas deste nematoide.
Janela de Observação: Para identificar as fêmeas brancas presas às raízes no campo, o momento ideal de observação é aproximadamente cinco a sete semanas após a semeadura; após esse período, elas se tornam cistos marrons e se desprendem facilmente no solo.
Rotação de Culturas: O uso de plantas não hospedeiras na rotação (como espécies específicas de milho, sorgo ou braquiárias) é fundamental para quebrar o ciclo do patógeno e reduzir a densidade populacional no solo.
Cuidado com a Resistência: O plantio contínuo da mesma cultivar de soja resistente na mesma área pode exercer pressão de seleção, favorecendo a multiplicação de raças do nematoide capazes de quebrar essa resistência.
Prevenção na Movimentação: A limpeza rigorosa de tratores, colheitadeiras e implementos antes de entrar em talhões isentos é a medida preventiva mais eficaz para evitar a introdução do nematoide em novas áreas da propriedade.
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