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O que é Nematoides Na Cana De Açúcar

Os nematoides na cana-de-açúcar são vermes microscópicos que habitam o solo e parasitam o sistema radicular das plantas, constituindo um dos principais desafios fitossanitários para o setor sucroenergético brasileiro. Estes organismos se alimentam das células das raízes, comprometendo severamente a capacidade da planta de absorver água e nutrientes, o que resulta em perdas significativas de produtividade agrícola (TCH) e industrial (ATR). Estudos indicam que cerca de 70% das áreas de cultivo de cana no Brasil apresentam infestações, podendo reduzir a produção em até 50% em casos severos.

A presença desses parasitas é frequentemente chamada de “inimigo oculto”, pois os danos ocorrem abaixo da superfície do solo e os sintomas na parte aérea podem ser confundidos com deficiências nutricionais ou estresse hídrico. O ataque dos nematoides não apenas enfraquece a planta diretamente, mas também cria ferimentos nas raízes que servem de porta de entrada para fungos e bactérias, agravando o estado sanitário do canavial. Além da redução de porte e volume de colmos, a infestação reduz a longevidade da lavoura, exigindo reformas precoces do canavial.

No contexto brasileiro, a predominância de solos arenosos em novas fronteiras agrícolas favorece a multiplicação desses organismos. O manejo inadequado e a falta de diagnóstico preciso contribuem para o aumento das populações, tornando o controle de nematoides uma prática indispensável para a sustentabilidade econômica da produção de cana-de-açúcar.

Principais Características

  • Espécies Predominantes: Os gêneros mais impactantes no Brasil são Pratylenchus (nematoide-das-lesões) e Meloidogyne (nematoide-das-galhas). O Pratylenchus zeae é o mais frequente, encontrado em cerca de 97% das amostras de solo, enquanto o Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita são altamente agressivos.

  • Sintomas Radiculares Distintos: O gênero Meloidogyne provoca a formação de galhas (inchaços ou tumores) nas raízes, bloqueando o fluxo de seiva. Já o Pratylenchus causa lesões necróticas escuras e apodrecimento do sistema radicular, sem formar galhas visíveis.

  • Distribuição em Reboleiras: O ataque na lavoura não ocorre de forma uniforme; ele se manifesta em “reboleiras”, que são manchas ou áreas irregulares onde as plantas apresentam desenvolvimento atrofiado em comparação ao restante do talhão.

  • Ciclo de Vida Curto: Esses nematoides possuem ciclos reprodutivos rápidos, variando entre 37 e 40 dias, o que permite a ocorrência de múltiplas gerações durante uma única safra, elevando exponencialmente a população no solo.

  • Preferência por Solos Arenosos: Embora ocorram em diversos tipos de solo, a textura arenosa facilita a movimentação e a reprodução dos vermes, tornando essas áreas mais suscetíveis a danos severos.

Importante Saber

  • Diagnóstico Laboratorial é Essencial: A identificação visual dos sintomas na parte aérea (amarelecimento, nanismo) não é suficiente para determinar a espécie e o nível populacional. A análise nematológica de solo e raízes em laboratório é obrigatória para um diagnóstico preciso.

  • Diferença nos Sintomas Aéreos: Enquanto o ataque de Meloidogyne geralmente causa amarelamento e necrose foliar, o ataque de Pratylenchus muitas vezes resulta em plantas menores e com pouca produtividade, mas que permanecem verdes, dificultando a identificação visual sem arrancar a planta.

  • Redução do Perfilhamento: Um dos primeiros sinais de infestação é a falha no perfilhamento da cana, resultando em um estande de plantas irregular e com menor densidade de colmos por metro linear.

  • Momento da Amostragem: A coleta de amostras para análise deve ser feita preferencialmente em épocas chuvosas e em plantas vivas, pois os nematoides necessitam de umidade e tecido vegetal vivo para sobreviverem e serem detectados.

  • Complexo de Doenças: O controle de nematoides é fundamental não apenas pelo dano direto, mas porque as lesões causadas por eles predispõem a planta a doenças secundárias, como a podridão vermelha e o raquitismo da soqueira.

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