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O que é Nematoides No Algodão

Os nematoides no algodão referem-se à presença e ao parasitismo de vermes microscópicos que habitam o solo e atacam o sistema radicular da cultura, comprometendo severamente a capacidade da planta de absorver água e nutrientes. No contexto do agronegócio brasileiro, especialmente nas regiões de Cerrado, esses organismos representam um dos principais desafios fitossanitários, causando prejuízos econômicos expressivos que podem variar de reduções pontuais na produtividade até a inviabilização total de talhões, dependendo da espécie presente e da densidade populacional.

Esses fitoparasitas atuam perfurando as células das raízes para se alimentar, o que resulta em deformações, necroses ou redução do volume radicular. Como consequência direta, a parte aérea da planta sofre com o desenvolvimento retardado, nanismo e sintomas que frequentemente mimetizam deficiências nutricionais ou estresse hídrico. A identificação visual no campo é complexa, pois os danos ocorrem abaixo da superfície do solo, e os reflexos nas folhas e caules muitas vezes são confundidos com outros fatores de manejo ou climáticos.

Além do dano direto causado pela alimentação, a presença de nematoides no algodão agrava o cenário sanitário da lavoura ao predispor as plantas a infecções secundárias. As lesões provocadas nas raízes servem como porta de entrada para fungos de solo patogênicos, criando complexos de doenças que aceleram a degradação da planta e dificultam o controle. Portanto, o manejo de nematoides não é apenas uma questão de controle de uma praga isolada, mas uma estratégia fundamental para a sanidade integral do sistema produtivo.

Principais Características

  • Espécies de Maior Ocorrência: No Brasil, os danos são causados majoritariamente por três espécies: o nematoide-das-galhas (Meloidogyne incognita), o nematoide-reniforme (Rotylenchulus reniformis) e o nematoide-das-lesões-radiculares (Pratylenchus brachyurus).

  • Sintomatologia Radicular Específica: Cada espécie causa danos distintos; o M. incognita provoca a formação de galhas (inchaços) visíveis nas raízes, o P. brachyurus causa necrose e escurecimento, enquanto o R. reniformis reduz drasticamente o volume de raízes secundárias sem causar galhas.

  • Sintomas na Parte Aérea: As plantas atacadas apresentam frequentemente o sintoma de “carijó” (manchas amareladas entre as nervuras das folhas), além de murchamento nas horas mais quentes do dia, mesmo com disponibilidade de água no solo.

  • Distribuição em Reboleiras: O ataque no campo geralmente não é uniforme, manifestando-se em manchas ou reboleiras onde as plantas apresentam menor porte e vigor reduzido, contrastando com áreas sadias adjacentes.

  • Influência da Textura do Solo: A incidência e severidade variam conforme o solo; o nematoide-das-galhas, por exemplo, é favorecido por solos arenosos ou médio-argilosos, enquanto o nematoide-reniforme adapta-se a diversos tipos de solo e possui alta sobrevivência.

  • Polifagia: As espécies que atacam o algodão também parasitam outras culturas de importância econômica no sistema de rotação, como soja, milho e feijão, o que facilita a manutenção e multiplicação das populações no solo durante o ano todo.

Importante Saber

  • Diagnóstico Laboratorial é Indispensável: Devido à semelhança dos sintomas visuais com problemas de fertilidade ou compactação, a confirmação da espécie e a quantificação da população exigem amostragem de solo e raízes para análise nematológica em laboratório (extração e contagem).

  • Interação com Doenças Fúngicas: O controle de nematoides é crucial para o manejo de doenças vasculares, pois eles quebram a resistência natural da planta e facilitam a infecção por fungos como Fusarium, potencializando a murcha de fusarium.

  • Desafio na Rotação de Culturas: O planejamento da rotação deve ser criterioso; utilizar cultivares de soja ou milho suscetíveis na safra anterior pode “multiplicar” os nematoides para o algodão subsequente, exigindo o uso de plantas de cobertura não hospedeiras (como certas crotalárias) para quebrar o ciclo.

  • Persistência no Solo: O nematoide-reniforme (Rotylenchulus reniformis) possui uma capacidade notável de sobrevivência em condições adversas e na ausência de hospedeiros (anidrobiose), tornando sua erradicação praticamente impossível e exigindo convivência através de manejo integrado.

  • Prevenção e Limpeza: A disseminação ocorre passivamente através de solo contaminado aderido a máquinas, implementos e calçados; a limpeza rigorosa dos equipamentos ao mudar de talhão é uma das medidas mais eficazes para evitar a contaminação de áreas isentas.

  • Monitoramento Constante: A análise de nematoides deve fazer parte do planejamento anual da fazenda, permitindo a construção de um histórico da área para a escolha correta de cultivares resistentes ou tolerantes e o uso assertivo de nematicidas (químicos ou biológicos).

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