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O que é Nutrição Da Soja

A nutrição da soja compreende o conjunto de práticas de manejo voltadas para o fornecimento equilibrado de macro e micronutrientes essenciais, visando garantir o pleno desenvolvimento fisiológico da cultura e a maximização da produtividade. No cenário do agronegócio brasileiro, onde os solos são predominantemente ácidos e de baixa fertilidade natural, o manejo nutricional inicia-se muito antes do plantio, com a correção do perfil do solo através da calagem, prática fundamental para neutralizar o alumínio tóxico e aumentar a disponibilidade de elementos vitais. A estratégia nutricional deve suprir a demanda da planta em suas diferentes fases fenológicas, desde a germinação e desenvolvimento vegetativo até o florescimento e enchimento de grãos.

Diferente de outras culturas, a soja possui uma particularidade crucial em sua nutrição nitrogenada: a dependência da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). Em vez da aplicação massiva de fertilizantes nitrogenados minerais, o manejo foca na simbiose com bactérias do gênero Bradyrhizobium. Para que esse processo e outros metabolismos funcionem, é indispensável o aporte correto de macronutrientes primários (Fósforo e Potássio) e micronutrientes específicos, como Cobalto e Molibdênio. Além disso, o uso recente de bioestimulantes tem se somado à nutrição convencional para mitigar estresses e otimizar o aproveitamento dos recursos disponíveis.

Principais Características

  • Dependência da FBN: A principal fonte de Nitrogênio (N) para a soja provém da fixação biológica realizada por bactérias, processo que exige a presença de micronutrientes como o Molibdênio (componente da enzima nitrogenase) e o Cobalto (essencial para a síntese de cobalamina e leghemoglobina nos nódulos).

  • Alta Demanda de Macronutrientes: O Fósforo (P) é vital para o estabelecimento inicial e crescimento radicular, enquanto o Potássio (K) é o segundo nutriente mais extraído, fundamental para a regulação estomática, transporte de fotoassimilados e qualidade final do grão (peso e sanidade).

  • Influência do pH do Solo: A disponibilidade dos nutrientes é regida pela acidez do solo. A calagem é o alicerce da nutrição, pois a maioria dos nutrientes torna-se indisponível em pH baixo, com exceção do Molibdênio, cuja disponibilidade aumenta com a elevação do pH.

  • Mobilidade dos Nutrientes: Elementos como Nitrogênio, Fósforo e Potássio são móveis na planta, o que significa que, em situações de deficiência, a planta os transloca das folhas velhas para as novas, manifestando sintomas visuais primeiramente no baixeiro.

  • Uso de Bioestimulantes: Estes produtos atuam como reguladores vegetais e ativadores fisiológicos, não substituindo fertilizantes, mas potencializando a absorção de nutrientes, o enraizamento e a tolerância a estresses abióticos (como secas e altas temperaturas).

Importante Saber

  • Diagnóstico Visual de Deficiências: A falta de Nitrogênio causa clorose geral e porte reduzido; a de Fósforo pode gerar folhas verde-azuladas e necrose; já a deficiência de Potássio é caracterizada por clorose e necrose nas bordas das folhas mais velhas (“queima das bordas”).

  • Manejo de Cobalto e Molibdênio: A deficiência de Molibdênio é mais comum em solos ácidos e arenosos, enquanto o excesso de calagem pode reduzir a disponibilidade de Cobalto. O equilíbrio é essencial para garantir uma nodulação eficiente.

  • Ferramentas de Monitoramento: A análise foliar deve ser utilizada como complemento à análise de solo, funcionando como um “exame de sangue” da lavoura para ajustar a adubação e identificar a “fome oculta” antes que os sintomas visuais apareçam.

  • Momento de Aplicação de Bioestimulantes: Podem ser aplicados via tratamento de sementes, para estimular a germinação e o enraizamento vigoroso, ou via foliar nos estádios vegetativos e reprodutivos, visando o pegamento de florada e enchimento de grãos.

  • Eficiência Econômica: Como os fertilizantes representam uma parcela significativa (cerca de 25%) dos custos de produção, a aplicação baseada na marcha de absorção da cultura e na análise técnica evita desperdícios e maximiza a rentabilidade da safra.

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