O que é Nutrição Do Milho

A nutrição do milho engloba o conjunto de práticas e conhecimentos voltados para o fornecimento equilibrado de elementos essenciais — macro e micronutrientes — necessários para o pleno desenvolvimento fisiológico da cultura. No contexto do agronegócio brasileiro, onde o milho é cultivado frequentemente em sistemas de alta tecnologia e em sucessão a outras culturas (como a soja), o manejo nutricional é um dos pilares determinantes para a obtenção de altas produtividades. A planta de milho é reconhecida por sua alta eficiência fotossintética (planta C4) e, consequentemente, por sua elevada taxa de extração e exportação de nutrientes do solo.

Para que a lavoura expresse seu potencial genético, é fundamental que a oferta de nutrientes ocorra nas quantidades corretas e nos momentos fenológicos adequados. A nutrição não se resume apenas à aplicação de fertilizantes no plantio ou cobertura, mas envolve o entendimento da dinâmica dos elementos no solo e na planta. O potássio (K), por exemplo, é o segundo nutriente mais absorvido pela cultura, ficando atrás apenas do nitrogênio, desempenhando papel vital no crescimento, formação de espigas e regulação hídrica. A deficiência nutricional, seja por falta de adubação ou má absorção, compromete diretamente o enchimento de grãos e a sanidade da lavoura.

Principais Características

  • Alta Exigência de Macronutrientes: O milho demanda grandes volumes de Nitrogênio (N) e Potássio (K), sendo que o potássio atua diretamente na regulação estomática, fotossíntese e transporte de açúcares, além de conferir maior resistência a doenças fúngicas e acamamento.

  • Mobilidade dos Nutrientes: A identificação de problemas nutricionais depende da mobilidade do elemento na planta. Nutrientes móveis, como o potássio, apresentam sintomas de deficiência primeiramente nas folhas mais velhas (baixeiras), pois a planta realoca as reservas para os tecidos novos em crescimento.

  • Diagnóstico via Análise Foliar: A ferramenta mais precisa para avaliar o estado nutricional não é apenas o visual, mas a análise de tecido vegetal. No milho, existem padrões rigorosos de coleta para garantir a confiabilidade dos dados comparativos com as tabelas de referência.

  • Impacto na Qualidade do Grão: Uma nutrição desequilibrada resulta não apenas em menor volume produtivo, mas em espigas deformadas. A falta de potássio, especificamente, gera espigas pontiagudas (cônicas), menores e com falhas na granação da ponta.

  • Exportação de Nutrientes: A quantidade de nutrientes removida do campo varia conforme a finalidade da colheita. A produção de milho para silagem (planta inteira) exporta muito mais potássio do que a colheita apenas de grãos, exigindo reposição mais robusta no solo.

Importante Saber

  • Sintomas Visuais Específicos: No caso do potássio, a deficiência manifesta-se como um amarelamento (clorose) que inicia nas pontas e avança pelas bordas das folhas mais velhas, podendo evoluir para necrose (tecido morto com aspecto de queimado).

  • Protocolo de Coleta para Análise: Para a análise foliar ser válida, deve-se coletar a folha oposta e imediatamente abaixo da primeira espiga (superior). O momento correto é no início do florescimento feminino (embonecamento), quando aparecem os “cabelos” do milho.

  • Amostragem Representativa: Recomenda-se a coleta de cerca de 30 folhas por hectare ou talhão homogêneo, removendo a nervura central antes do envio ao laboratório. A coleta deve ocorrer quando 50% a 75% da lavoura estiver na fase reprodutiva indicada.

  • Correção e Parcelamento: Devido à alta solubilidade de alguns fertilizantes e à demanda contínua da planta, o parcelamento da adubação é uma estratégia comum para evitar perdas por lixiviação e garantir disponibilidade durante o enchimento de grãos.

  • Diferenciação de Sintomas: É crucial não confundir deficiências nutricionais com doenças ou estresses hídricos. Enquanto a falta de potássio afeta as bordas das folhas velhas, a deficiência de nitrogênio tende a amarelar a folha inteira em forma de “V” invertido ao longo da nervura central.

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