O que é Parcelamento De Adubação

O parcelamento de adubação é uma estratégia de manejo nutricional que consiste em dividir a dose total de fertilizantes recomendada para uma cultura em duas ou mais aplicações ao longo do ciclo produtivo. Em vez de fornecer todos os nutrientes de uma única vez no momento da semeadura (adubação de base), parte é aplicada no sulco de plantio e o restante é distribuído em momentos estratégicos do desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, prática comumente executada através da adubação de cobertura.

No contexto do agronegócio brasileiro, essa técnica é fundamental devido às características predominantes dos solos tropicais e ao regime de chuvas. Solos arenosos ou com baixa Capacidade de Troca de Cátions (CTC) retêm menos nutrientes, tornando-os suscetíveis à lixiviação (lavagem pela água). Além disso, o parcelamento visa sincronizar a oferta de nutrientes com a curva de absorção da planta, garantindo que elementos móveis e de alta demanda, como o Nitrogênio e o Potássio, estejam disponíveis nas fases fisiológicas críticas, maximizando a eficiência agronômica e evitando a toxidez por salinidade nas sementes.

Principais Características

  • Foco em nutrientes móveis: A técnica é aplicada prioritariamente para Nitrogênio (N) e Potássio (K), elementos que possuem alta mobilidade no solo e risco elevado de perdas por lixiviação ou volatilização.

  • Redução do índice salino: O parcelamento permite a nutrição adequada sem concentrar sais no sulco de plantio, o que evita a queima das sementes e danos ao sistema radicular em formação.

  • Sincronia fenológica: As aplicações são planejadas para coincidir com os picos de demanda da cultura, como o perfilhamento em cereais ou o enchimento de grãos, aumentando a taxa de conversão do adubo em produtividade.

  • Adaptação à textura do solo: A intensidade do parcelamento varia conforme o tipo de solo; solos arenosos demandam mais fracionamentos do que solos argilosos, que possuem maior poder tampão e retenção.

  • Logística operacional: Exige planejamento de maquinário, pois demanda reentradas na lavoura com a cultura já estabelecida, necessitando de equipamentos que não causem amassamento excessivo das plantas.

Importante Saber

  • O Fósforo (P) raramente entra no esquema de parcelamento devido à sua baixa mobilidade no solo; para ser absorvido, ele precisa estar próximo às raízes, sendo aplicado preferencialmente todo na base/sulco.

  • A umidade do solo é um pré-requisito crítico para a eficiência da aplicação parcelada; adubar em solo seco ou sem previsão de chuvas (ou irrigação) pode resultar em perdas severas, especialmente por volatilização da ureia.

  • O excesso de parcelamento ou a aplicação tardia de Nitrogênio pode prolongar o ciclo da cultura e causar acamamento (tombamento das plantas), dificultando a colheita mecanizada.

  • A análise de solo e a expectativa de produtividade são os guias para definir as doses; aplicar “receitas de bolo” sem considerar o que o solo já possui pode levar a gastos desnecessários e desequilíbrio nutricional.

  • Em culturas perenes, como café e citros, o parcelamento é ainda mais intenso do que em culturas anuais (soja e milho), podendo chegar a três ou quatro aplicações ao longo do ano agrícola.

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