O que é Pectinophora Gossypiella

A Pectinophora gossypiella, popularmente conhecida como lagarta-rosada, é uma espécie de inseto da ordem Lepidoptera e uma das pragas mais severas para a cultura do algodão (Gossypium hirsutum) em nível global. No Brasil, sua presença é generalizada, sendo encontrada em praticamente todas as regiões produtoras, desde o Mato Grosso e Bahia até estados do Nordeste e Sul. O inseto causa prejuízos diretos às estruturas reprodutivas da planta, comprometendo tanto o volume da colheita quanto a qualidade industrial da fibra.

Embora o adulto seja uma mariposa de hábitos noturnos e coloração discreta, é na fase larval que o inseto se torna destrutivo. A lagarta penetra nas maçãs e capulhos do algodoeiro, onde se alimenta das sementes e fibras em desenvolvimento. Esse comportamento endofítico (viver dentro da estrutura da planta) dificulta o alcance de defensivos agrícolas e protege a praga de inimigos naturais, tornando o seu manejo um desafio complexo que exige monitoramento constante e estratégias integradas.

Além de sua agressividade na alimentação, a Pectinophora gossypiella possui mecanismos de sobrevivência avançados, como a capacidade de entrar em diapausa. Isso significa que, em condições ambientais adversas (como seca ou frio) ou na ausência de hospedeiros, a lagarta pode suspender seu desenvolvimento fisiológico, permanecendo no solo ou em restos culturais até que o ambiente se torne favorável novamente, garantindo a perpetuação da espécie na lavoura entre as safras.

Principais Características

  • Morfologia da Larva: As lagartas passam por quatro fases de desenvolvimento (instares). Inicialmente são brancas e pequenas (2mm), mas a partir do terceiro estágio desenvolvem as características faixas transversais cor-de-rosa no dorso, atingindo até 9mm de comprimento no final do ciclo larval.

  • Hábito Endofítico: A característica mais marcante é o fato de a lagarta se alimentar no interior das estruturas reprodutivas do algodoeiro (botões florais, maçãs e capulhos), o que a protege do contato direto com inseticidas e dificulta a visualização durante o monitoramento.

  • Ciclo Biológico: O ciclo completo de vida varia de 21 a 45 dias, dependendo da temperatura ambiente. A fase de ovo dura poucos dias, seguida pelo desenvolvimento larval, pupa (geralmente no solo ou restos culturais) e fase adulta.

  • Fase Adulta: O adulto é uma pequena mariposa de coloração cinza-escura ou marrom, com corpo fino e hábitos estritamente noturnos, o que exige horários específicos para levantamento populacional.

  • Diapausa: Possui a capacidade de entrar em um estado de dormência (diapausa) na fase de lagarta madura, permitindo que sobreviva por longos períodos em condições desfavoráveis até a próxima safra.

Importante Saber

  • Danos Qualitativos e Quantitativos: O ataque da lagarta-rosada resulta em “maçãs carimã” (que não abrem ou abrem defeituosas), destruição de sementes e manchamento das fibras, reduzindo drasticamente o valor comercial do produto final.

  • Monitoramento Específico: Devido ao hábito noturno das mariposas, as inspeções para contagem de adultos devem ser realizadas preferencialmente ao final da tarde ou à noite. Já o monitoramento de lagartas exige a abertura das estruturas reprodutivas (maçãs) para verificar a infestação interna.

  • Hospedeiros Alternativos: Embora o algodão seja o hospedeiro principal, a praga pode sobreviver e se reproduzir em outras plantas da família Malvaceae, como o quiabo e o hibisco, o que exige atenção ao manejo de plantas daninhas e culturas vizinhas.

  • Manejo Integrado de Pragas (MIP): O controle químico isolado é pouco eficiente devido à proteção da lagarta dentro do capulho. O sucesso no combate depende do MIP, unindo controle cultural (destruição de soqueiras), uso de cultivares resistentes, controle biológico e monitoramento rigoroso.

  • Status de Praga Quarentenária: Em alguns países, como os Estados Unidos, a praga foi erradicada após intensos programas de controle. No entanto, no Brasil, ela permanece endêmica, exigindo vigilância contínua para evitar surtos populacionais que inviabilizem a produção.

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