Percevejo-Castanho-da-Raiz: Guia Completo de Identificação e Controle
Percevejo-castanho: Como enfrentar as dificuldades de controle e os melhores manejos para se livrar dessa praga na sua lavoura.
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Ler o Guia Principal sobre Percevejo Castanho →O percevejo-castanho-da-raiz (Scaptocoris castanea) é uma praga subterrânea de grande relevância econômica para o agronegócio brasileiro, com incidência marcante em diversas regiões produtoras, especialmente no Cerrado. Diferente de pragas que atacam a parte aérea das culturas, este inseto habita o perfil do solo e utiliza seu aparelho bucal sugador para extrair a seiva das raízes. Durante o processo de alimentação, ele injeta toxinas que comprometem o desenvolvimento fisiológico da planta, resultando em sintomas severos como amarelamento, raquitismo e murcha, mesmo quando há disponibilidade hídrica no solo.
Trata-se de um inseto polífago, capaz de sobreviver e se multiplicar em uma vasta gama de culturas de interesse comercial, incluindo soja, milho, algodão, café, arroz e sorgo. Além das lavouras de grãos, o percevejo-castanho representa uma ameaça crítica para pastagens, onde ataques severos podem levar à degradação total da área e perdas de até 100% da forragem. Sua presença é muitas vezes silenciosa no início, com os danos aparecendo em reboleiras (manchas), o que pode atrasar o diagnóstico pelo produtor e tornar o manejo mais complexo e oneroso comparado a outras pragas agrícolas.
Morfologia dos adultos: Possuem coloração marrom-clara, medem cerca de 8 mm de comprimento e destacam-se pelas pernas dianteiras do tipo escavadoras, uma adaptação evolutiva essencial para sua movimentação no solo.
Fase ninfal: As formas jovens (ninfas) apresentam coloração branco-leitosa e passam por cinco estágios de desenvolvimento (ínstares) antes de atingirem a maturidade.
Mobilidade vertical: O comportamento da praga é regido pela umidade; em épocas chuvosas, concentram-se nas camadas superficiais, enquanto na seca podem aprofundar-se de 50 cm até 2 metros no solo.
Hábito alimentar: Alimentam-se sugando a seiva das raízes e injetando toxinas que causam o enfraquecimento geral da planta e redução drástica do crescimento.
Sobrevivência na entressafra: Por ser polífago, o inseto pode manter-se na área alimentando-se de plantas daninhas ou restos culturais após a colheita, garantindo a infestação na safra seguinte.
O monitoramento deve ser realizado preferencialmente durante o período chuvoso, momento em que a praga se encontra nas camadas mais superficiais do solo (0 a 40 cm), facilitando a detecção.
A presença de “reboleiras” com plantas amareladas, murchas ou com desenvolvimento retardado é o principal sinal visual que indica a necessidade de investigação do sistema radicular.
Para a amostragem técnica, recomenda-se a abertura de trincheiras ou covas de inspeção (geralmente de 30x30x50 cm) tanto nas áreas com sintomas visíveis quanto no seu entorno.
O controle desta praga é considerado complexo e de custo elevado devido à proteção física que o solo oferece ao inseto; o uso isolado de uma tática costuma ser ineficaz, exigindo Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Durante as revoadas, que ocorrem na época das chuvas para acasalamento e dispersão, as fêmeas buscam novas áreas para colonizar, expandindo o problema para talhões vizinhos.
Em períodos de seca, a detecção é extremamente difícil, pois a praga migra para profundidades que podem superar 1,5 m em busca de umidade, escapando da maioria dos métodos de controle convencionais.
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