Seguro de Colheita: Como Funciona e Por Que é Essencial para sua Fazenda
As atividades humanas estão alterando a atmosfera e causando mudanças climáticas no planeta. Essas mudanças podem, em um futuro próximo, provocar modificações n
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A perda de safra por chuva refere-se aos prejuízos quantitativos e qualitativos causados pelo excesso de precipitação pluvial ou pela sua ocorrência em momentos críticos e inoportunos do ciclo agrícola. No contexto do agronegócio brasileiro, este é um dos riscos climáticos mais severos, capaz de comprometer a produtividade de culturas anuais, como soja e milho, e perenes, como café e citros. O fenômeno não se resume apenas ao volume de água, mas à distribuição temporal: chuvas intensas durante a janela de colheita, por exemplo, impedem o tráfego de maquinário e deterioram a qualidade do produto ainda no campo.
Fisiologicamente, o excesso de água no solo provoca a saturação dos macroporos, levando à hipoxia ou anoxia (falta de oxigênio) no sistema radicular. Isso impede a respiração das raízes e a absorção de nutrientes, podendo causar a morte das plantas ou redução drástica no desenvolvimento. Além disso, em fases de maturação, a umidade excessiva favorece processos fermentativos nos grãos e a germinação na própria espiga ou vagem, resultando em descontos severos na classificação do produto nos armazéns devido à presença de grãos ardidos ou avariados.
Recentemente, eventos climáticos extremos no Brasil, como os observados na região Sul, demonstraram como o excesso hídrico pode causar perda total, não apenas por questões fisiológicas, mas por erosão do solo, lixiviação de fertilizantes e destruição física das lavouras por alagamentos e enxurradas. Diante desse cenário, a gestão de riscos climáticos tornou-se indispensável para a sustentabilidade econômica da propriedade rural.
Deterioração da Qualidade do Grão: A chuva na fase de maturação e colheita eleva a umidade dos grãos, favorecendo a incidência de grãos ardidos, mofados e a germinação na planta, o que reduz o valor comercial da saca.
Impedimento Operacional: O excesso de umidade no solo reduz a sustentação do terreno, impossibilitando a entrada de colheitadeiras e tratores (falta de piso), o que atrasa a retirada da produção e aumenta as perdas naturais.
Acamamento de Plantas: Chuvas fortes, frequentemente acompanhadas de ventos, podem causar o tombamento (acamamento) das culturas, dificultando a plataforma de corte da colheitadeira de recolher o material e expondo as vagens ou espigas ao contato direto com o solo úmido.
Pressão Fitossanitária: A alta umidade relativa do ar e o molhamento foliar prolongado criam o microclima ideal para a proliferação de doenças fúngicas e bacterianas, exigindo maior controle químico e elevando os custos de produção.
Lixiviação de Nutrientes: Precipitações volumosas podem lavar nutrientes móveis no perfil do solo, como o Nitrogênio e o Potássio, retirando-os da zona de alcance das raízes e empobrecendo a nutrição da planta.
Cobertura de Seguro Rural: A chuva excessiva é um evento passível de cobertura na maioria das apólices de seguro agrícola multirrisco, sendo fundamental documentar as perdas e acionar a seguradora imediatamente após a constatação do sinistro.
Custos de Secagem: Quando a colheita é realizada com umidade acima do padrão (geralmente 13% ou 14%), o produtor incorre em custos elevados de secagem e limpeza na unidade de recebimento, além da quebra técnica de peso (quebra de umidade).
Compactação do Solo: Tentar colher com o solo excessivamente úmido para “salvar” a safra pode resultar em compactação severa do solo pelo tráfego de máquinas pesadas, prejudicando o desenvolvimento radicular das safras subsequentes.
Escalonamento de Plantio: Uma estratégia agronômica para mitigar riscos é o uso de cultivares com diferentes ciclos de maturação e o escalonamento da semeadura, evitando que toda a área da fazenda esteja pronta para colheita simultaneamente sob uma mesma janela climática adversa.
Drenagem Agrícola: Em áreas de baixada ou com solos mais argilosos e propensos ao encharcamento, o investimento em sistemas de drenagem superficial ou subsuperficial é crucial para minimizar os impactos de chuvas intensas.
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