Irrigação por Aspersão: O Guia Completo do Convencional ao Pivô Central
Irrigação por aspersão: conheça os principais sistemas de irrigação por aspersão, as culturas e fatores que influenciam na escolha do sistema
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O Pivô Central é um sistema de irrigação mecanizado por aspersão, amplamente utilizado na agricultura de larga escala. Sua estrutura consiste em uma tubulação metálica suspensa por torres equipadas com rodas e motores elétricos, que giram em torno de um ponto fixo central — o pivô propriamente dito. A água é bombeada até esse centro e distribuída ao longo da estrutura aérea, sendo projetada sobre a lavoura através de aspersores, simulando uma chuva artificial controlada e uniforme. Devido à sua movimentação rotativa, a área irrigada forma um círculo perfeito, uma característica visual marcante nas imagens de satélite de regiões agrícolas.
No contexto do agronegócio brasileiro, o pivô central é uma tecnologia consolidada, fundamental para a produção de grãos (como soja, milho e feijão), algodão, cana-de-açúcar e hortifrúti. Ele permite a intensificação do uso do solo, possibilitando até três safras anuais em regiões onde o regime de chuvas é irregular ou insuficiente, como no Cerrado. Além de fornecer água, o sistema é frequentemente utilizado para a aplicação de fertilizantes (fertirrigação) e defensivos químicos (quimigação), otimizando as operações de manejo e reduzindo a entrada de tratores na lavoura.
Diferente da aspersão convencional, que exige mão de obra intensiva para a mudança de tubulações, o pivô central oferece alto grau de automação. O sistema pode ser monitorado e controlado remotamente via telemetria, permitindo ajustes precisos na velocidade de deslocamento e na lâmina de água aplicada. Essa eficiência operacional transforma o pivô em uma ferramenta estratégica para a gestão de riscos climáticos, garantindo estabilidade produtiva e maior segurança ao investimento agrícola.
Estrutura Mecanizada e Modular: O equipamento é composto por lances (vãos entre as torres) que podem variar em tamanho e quantidade, permitindo cobrir áreas que vão desde pequenos módulos de 20 hectares até grandes círculos superiores a 200 hectares.
Automação e Telemetria: A maioria dos pivôs modernos possui painéis de controle que permitem programação de horários, reversão de sentido e monitoramento remoto via internet, facilitando a gestão da irrigação à distância.
Uniformidade de Aplicação: Quando bem dimensionado e calibrado, o sistema oferece um Coeficiente de Uniformidade (CUC) elevado, garantindo que todas as plantas recebam quantidades similares de água, o que é crucial para a homogeneidade da lavoura.
Versatilidade Topográfica: O sistema consegue operar em terrenos com topografia levemente ondulada, vencendo desníveis que seriam impeditivos para métodos de irrigação por superfície, embora tenha limites de inclinação para garantir a estabilidade das torres.
Multifuncionalidade (Fertirrigação): A capacidade de injetar fertilizantes solúveis diretamente na água de irrigação permite nutrir a planta de forma parcelada e no momento exato da necessidade fisiológica, aumentando a eficiência do uso de insumos.
Custo Energético: O consumo de energia elétrica (ou diesel) é um dos principais componentes do custo operacional (OPEX). O dimensionamento correto do conjunto motobomba e o uso de tarifas de energia em horários reservados são essenciais para a viabilidade econômica.
Taxa de Infiltração do Solo: Na extremidade final do pivô, a velocidade de deslocamento é maior e a taxa de aplicação de água é intensa. Se o solo tiver baixa capacidade de infiltração ou estiver compactado, pode ocorrer escoamento superficial (runoff), causando erosão e desperdício de água.
Áreas “Mortas” (Cantos): Como o sistema descreve um círculo dentro de uma área geralmente quadrada ou retangular, os quatro cantos da propriedade não são irrigados pelo equipamento padrão, exigindo o uso de canhões finais, sistemas “corner” (braços articulados) ou cultivo de sequeiro nessas áreas.
Manutenção Preventiva: A confiabilidade do sistema depende da manutenção rigorosa de componentes mecânicos (pneus, redutores de rodas, cardãs) e hidráulicos (bicos aspersores, reguladores de pressão e vedações), evitando paradas não planejadas durante momentos críticos da safra.
Qualidade da Água: A utilização de água com excesso de sedimentos ou propriedades corrosivas pode desgastar prematuramente os aspersores e a tubulação, exigindo sistemas de filtragem adequados ou tratamento da água antes da entrada no pivô.
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