O que é Plantio Do Milho Safrinha

O plantio do milho safrinha, tecnicamente denominado milho de segunda safra, refere-se ao cultivo do cereal realizado em sucessão imediata à colheita da safra de verão (predominantemente a soja) na mesma área agrícola. Historicamente chamado de “safrinha” por representar um volume de produção menor e ocorrer em uma janela climática mais arriscada, o termo hoje é mantido por tradição, visto que, em termos de volume e importância econômica, a segunda safra já supera a primeira em diversas regiões produtoras do Brasil, como no Centro-Oeste e no Paraná.

Esta modalidade de plantio ocorre, geralmente, entre os meses de janeiro e abril, dependendo da região e do ciclo da cultura anterior. O grande desafio agronômico do milho safrinha é que seu desenvolvimento acontece em um período de transição climática: as plantas iniciam o crescimento com boa disponibilidade de chuvas e luz, mas as fases reprodutivas e de enchimento de grãos tendem a coincidir com a diminuição da precipitação, redução do fotoperíodo e queda das temperaturas. Por isso, é um sistema predominantemente de sequeiro, que exige alta tecnificação e planejamento estratégico para mitigar os riscos de estresse hídrico e geadas.

Principais Características

  • Dependência da Janela Climática: O sucesso da lavoura está estritamente ligado à época de semeadura; atrasos na colheita da soja empurram o plantio do milho para períodos de maior risco de seca e frio no final do ciclo.

  • Ciclo e Precocidade: Utiliza-se preferencialmente híbridos de ciclo precoce ou superprecoce para garantir que a cultura complete seu desenvolvimento fisiológico antes que as condições climáticas se tornem adversas (inverno).

  • Rusticidade dos Híbridos: As sementes escolhidas devem apresentar alta rusticidade e tolerância ao estresse hídrico, além de boa sanidade foliar e resistência ao acamamento e quebramento do colmo.

  • Ajuste de Densidade Populacional: A população de plantas por hectare (geralmente em torno de 60.000 plantas) deve ser ajustada conforme a fertilidade do solo, o híbrido e a disponibilidade hídrica prevista, evitando competição excessiva em ambientes restritivos.

  • Profundidade de Semeadura Variável: A profundidade do plantio deve considerar a textura do solo para garantir a germinação uniforme, variando de 3 a 5 cm em solos argilosos e de 5 a 7 cm em solos arenosos para buscar maior umidade.

Importante Saber

  • Consulta ao ZARC: É imprescindível consultar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para identificar as datas limites de semeadura em cada município, garantindo a segurança do investimento e o acesso ao seguro rural.

  • Umidade Residual do Solo: Como o cultivo é majoritariamente de sequeiro, a produtividade depende diretamente da água armazenada no perfil do solo e das chuvas remanescentes do verão; o manejo de conservação do solo e da palhada é vital para reter essa umidade.

  • Pressão de Pragas e Doenças: O plantio em sucessão pode favorecer a “ponte verde” para pragas e doenças. O monitoramento da cigarrinha-do-milho e do complexo de enfezamentos deve ser rigoroso, pois a incidência tende a ser alta nesta época.

  • Adubação de Sistema: O planejamento nutricional deve considerar o sistema soja-milho como um todo. Embora o milho safrinha aproveite nutrientes residuais da safra anterior, a reposição de Nitrogênio (N) é crítica, pois a demanda da cultura é alta e a mineralização da matéria orgânica diminui com o clima mais seco/frio.

  • Logística de Colheita: A colheita da safrinha deve ser planejada para evitar que o milho fique exposto no campo por muito tempo após a maturação fisiológica, o que aumentaria as perdas por tombamento e deterioração dos grãos.

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