O que é Plataforma De Corte

A plataforma de corte é o componente frontal da colheitadeira, responsável pelo primeiro contato da máquina com a lavoura e pela etapa inicial do processo de colheita. Sua função primordial é realizar o corte das plantas (ou o arranquio das espigas, no caso do milho) e o recolhimento do material, direcionando-o para o canal alimentador e, subsequentemente, para os sistemas de trilha e separação. No agronegócio brasileiro, onde a diversidade de culturas e relevos é grande, a plataforma de corte é considerada um dos elementos mais críticos para a eficiência operacional.

Existem diferentes tipos de plataformas projetadas para atender às especificidades de cada cultura. Para grãos como trigo, cevada e arroz, utilizam-se geralmente plataformas rígidas, pois o corte é realizado em uma altura superior e uniforme. Já para a soja, a cultura mais expressiva do Brasil, são essenciais as plataformas flexíveis, que possuem a capacidade de flutuar e acompanhar as irregularidades do solo, permitindo o corte rente ao chão para recolher as vagens mais baixas. No caso do milho, utiliza-se uma plataforma específica com unidades despigadoras.

A importância prática deste componente reside no fato de que a maior parte das perdas mecânicas durante a colheita ocorre justamente nesta etapa. As chamadas “perdas de plataforma” acontecem antes mesmo de o grão entrar na máquina, seja por debulha natural causada pelo impacto do molinete, por corte inadequado ou por falha no recolhimento de plantas acamadas. Portanto, a correta seleção, manutenção e regulagem da plataforma de corte são fundamentais para garantir a rentabilidade da safra.

Principais Características

  • Barra de Corte: Composta por navalhas e dedos (guardas), é o mecanismo que efetivamente secciona a planta. Deve estar sempre afiada e ajustada para evitar o “mastigamento” do caule, o que pode causar perdas por vibração.

  • Molinete: Cilindro rotativo com dentes que puxa a planta em direção à barra de corte e, após o corte, empurra o material para dentro da plataforma. Sua velocidade e altura são reguláveis.

  • Sistema de Alimentação (Caracol ou Esteiras): Após o corte, o material é transportado para o centro da plataforma. Isso é feito por um grande parafuso sem-fim (caracol) ou, em modelos mais modernos e eficientes (Draper), por esteiras de borracha que garantem uma alimentação mais uniforme.

  • Flexibilidade Transversal: Característica vital para a colheita de soja, permitindo que a barra de corte se deforme para copiar o microrrelevo do terreno, evitando que a máquina “coma terra” ou deixe vagens para trás.

  • Sensores de Altura e Flutuação: Dispositivos eletrônicos e mecânicos que leem o solo e ajustam automaticamente a altura da plataforma, mantendo o corte constante e protegendo o equipamento contra impactos com o solo.

Importante Saber

  • Origem das Perdas: Estatisticamente, a plataforma de corte é responsável pela maior porcentagem das perdas totais da colheitadeira. Monitorar o chão logo após a passagem da plataforma é essencial para identificar problemas de regulagem.

  • Índice de Molinete: A velocidade do molinete deve ser ligeiramente superior à velocidade de deslocamento da máquina (geralmente entre 10% a 20% a mais). Se girar muito rápido, causa debulha precoce (grãos caem no chão); se muito lento, a planta é empurrada para frente, dificultando o corte.

  • Manutenção das Navalhas: Navalhas desgastadas ou quebradas não cortam, elas rasgam a planta. Isso gera vibração excessiva que derruba grãos e exige mais potência do motor, aumentando o consumo de combustível.

  • Adaptação à Cultura: Nunca utilize uma plataforma rígida para colher soja em terrenos irregulares, pois as perdas serão significativas. Da mesma forma, a regulagem para culturas de inverno (trigo/cevada) exige atenção à altura de corte para não processar palha desnecessária.

  • Ângulo de Ataque: O ângulo da plataforma em relação ao solo influencia a eficiência do corte. Em condições de plantas acamadas (caídas), um ângulo mais agressivo e o uso de levantadores de mies podem ser necessários para recuperar a produtividade.

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