Podridão Vermelha da Raiz na Soja: Guia Completo para Identificar e Controlar
Podridão vermelha da raiz da soja: importância, sintomas, patógenos e medidas de controle da doença. Confira!
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A Podridão Vermelha da Raiz (PVR) é uma doença fúngica severa que afeta a cultura da soja, causada por espécies do gênero Fusarium habitantes do solo, como F. brasiliense, F. tucumaniae e F. crassistipitatum. No contexto agronômico brasileiro, esta enfermidade está frequentemente associada à Síndrome da Morte Súbita (SMS), sendo considerada um dos problemas fitossanitários mais complexos devido à dificuldade de controle do patógeno, que pode sobreviver no solo por longos períodos. Identificada no Brasil no início da década de 1980, a doença já se espalhou por todas as regiões produtoras do país.
O impacto da doença ocorre primariamente no sistema radicular, onde o fungo causa o apodrecimento das raízes, comprometendo a capacidade da planta de absorver água e nutrientes. Como consequência, a fotossíntese é prejudicada e o desenvolvimento da cultura é interrompido, afetando diretamente a formação de vagens e o enchimento de grãos. Em cenários de alta severidade, as perdas de produtividade podem variar entre 40% e 60%, tornando o monitoramento e a identificação correta essenciais para o manejo da lavoura.
Sintoma Radicular: Presença de uma mancha avermelhada na raiz principal, logo abaixo do nível do solo, que evolui para o escurecimento e necrose do córtex (casca da raiz).
Sintoma Foliar (“Carijó”): Ocorre necrose internerval, onde o tecido entre as nervuras das folhas torna-se amarelo e necrótico (marrom), enquanto as nervuras permanecem verdes.
Coloração Interna: Ao realizar um corte longitudinal na raiz, observa-se uma coloração castanho-clara na medula (parte interna), que pode se estender por alguns centímetros acima do solo.
Condições Favoráveis: O desenvolvimento do patógeno é favorecido por solos com alta umidade, compactação e temperaturas amenas, sendo comum o aparecimento de um anel vermelho na base da haste em condições muito úmidas.
Degradação do Sistema: As raízes secundárias (mais finas) tendem a apodrecer rapidamente, restando muitas vezes apenas a raiz principal com a parte lenhosa exposta.
Diferenciação de Doenças: É fundamental distinguir a PVR de outras enfermidades; diferentemente da Podridão de Sclerotinia (que descolore o interior da haste) ou do Cancro da Haste (que causa lesões externas na haste), a PVR foca na necrose da raiz e medula.
Ação das Toxinas: Embora o fungo ataque as raízes, ele produz toxinas que são translocadas para a parte aérea da planta, causando a queima das folhas e o abortamento de vagens e flores.
Momento de Identificação: Os sintomas visuais nas folhas geralmente aparecem a partir do florescimento (estádios reprodutivos), momento em que a planta tem maior demanda metabólica, podendo levar à morte prematura.
Persistência no Solo: Por ser causada por um fungo de solo (Fusarium), o manejo exige uma abordagem integrada, focada na melhoria da drenagem do solo e rotação de culturas, já que o controle químico curativo é limitado.
Impacto Econômico: A severidade da doença está diretamente ligada às condições climáticas da safra; anos chuvosos favorecem a infecção inicial, e o estresse hídrico posterior agrava os sintomas foliares.
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