Artigos sobre Pontas Pulverizacao

O que é Pontas Pulverizacao

As pontas de pulverização, frequentemente confundidas com o termo genérico “bicos”, são os componentes finais e mais críticos do sistema hidráulico de um pulverizador agrícola. Enquanto o “bico” refere-se ao conjunto completo (corpo, filtro, capa e ponta), a ponta é a peça de desgaste responsável por fracionar a calda em gotas, determinar o padrão de distribuição e regular a vazão do produto sobre o alvo. No contexto da agricultura brasileira, onde a janela de aplicação é muitas vezes estreita e os custos dos defensivos são elevados, a escolha correta deste componente é determinante para a eficiência agronômica.

Tecnicamente, a ponta de pulverização define o espectro de gotas (tamanho), que influencia diretamente dois fatores antagônicos: a cobertura do alvo e o potencial de deriva. Uma seleção inadequada pode comprometer até 30% da eficácia dos defensivos agrícolas e gerar desperdícios de produto na ordem de 40%, além de riscos ambientais severos. Portanto, a ponta não é apenas um acessório de vazão, mas uma ferramenta de precisão que deve ser selecionada com base no tipo de produto (sistêmico ou de contato), nas condições climáticas e na arquitetura da cultura.

É fundamental compreender que as pontas possuem codificações padronizadas internacionalmente (ISO) que indicam o ângulo de abertura do leque, a vazão nominal e o material de fabricação. Materiais como cerâmica, aço inoxidável e polímeros (plástico) oferecem diferentes níveis de durabilidade e resistência à abrasão e corrosão, impactando o custo operacional e a frequência de manutenção necessária ao longo da safra.

Principais Características

• Codificação ISO: A maioria das pontas segue um padrão internacional onde os primeiros números indicam o ângulo de abertura (ex: 110°) e os seguintes a vazão em galões por minuto (ex: 02), facilitando a identificação global.

• Espectro de Gotas: Cada ponta é projetada para produzir um tamanho específico de gota (muito fina a ultra grossa) em determinada pressão, o que define o equilíbrio entre penetração no dossel e risco de deriva.

• Material de Fabricação: As pontas variam em composição, sendo as de cerâmica as mais duráveis (alta resistência ao desgaste), seguidas pelo aço inoxidável e, por fim, os polímeros (plástico), que possuem menor vida útil.

• Padrão de Distribuição: Determinam a forma geométrica do jato, sendo o tipo “leque” o mais comum para barras de pulverização, garantindo a sobreposição adequada entre os bicos para uma aplicação uniforme.

• Faixa de Pressão Operacional: Cada modelo (como as de Faixa Estendida ou XR) possui uma janela de pressão específica (em psi ou bar) onde o funcionamento é ideal, fora da qual a qualidade da aplicação é comprometida.

Importante Saber

• Diferença entre Bico e Ponta: É crucial distinguir que a ponta é apenas a peça orificiada que molda o jato, enquanto o bico é o conjunto que a sustenta; a manutenção deve focar na limpeza do filtro do bico e na integridade da ponta.

• Limpeza Correta: Jamais utilize objetos metálicos, arames ou canivetes para desentupir pontas, pois isso danifica o orifício de precisão e altera a vazão permanentemente; utilize apenas ar comprimido ou escovas de cerdas macias (como as de dente).

• Conversão de Vazão: A numeração da vazão nas pontas geralmente está em galões por minuto (GPM); para o padrão brasileiro, deve-se multiplicar esse valor por 3,78 para obter a vazão em litros por minuto (L/min).

• Impacto Econômico e Ambiental: A escolha errada da ponta pode resultar em falhas no controle de pragas, necessidade de reentrada na lavoura, multas por deriva em culturas vizinhas e redução significativa da rentabilidade final.

• Monitoramento de Desgaste: Pontas desgastadas aplicam mais produto do que o planejado; recomenda-se realizar testes de vazão periodicamente e trocar o conjunto quando a vazão exceder 10% da nominal indicada pelo fabricante.