Milho Silagem: O Guia Completo do Plantio à Colheita para Máxima Produtividade
Milho para Silagem: Veja sobre cultivares, espaçamento, entre outras dicas essenciais para garantir a sua produtividade. Confira!
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O ponto de colheita para silagem refere-se ao estágio fenológico exato em que a cultura — predominantemente o milho no cenário brasileiro, mas também sorgo e capins — atinge o equilíbrio ideal entre a produção de massa, a qualidade nutricional e o teor de umidade necessário para uma fermentação adequada. É o momento decisivo que determina o sucesso da conservação da forragem, influenciando diretamente a digestibilidade do alimento e o desempenho zootécnico do rebanho, seja na pecuária de leite ou de corte.
Tecnicamente, este ponto é definido principalmente pelo teor de Matéria Seca (MS) da planta inteira. Colher no momento certo assegura que a planta acumulou a quantidade máxima de amido (energia) nos grãos, sem que a porção vegetativa (folhas e colmo) tenha se tornado excessivamente fibrosa e lignificada. Além disso, o teor de água presente na planta neste estágio é crucial para expulsar o ar durante a compactação e garantir o ambiente anaeróbico necessário para a ação das bactérias que preservam o material.
No Brasil, onde as condições climáticas podem acelerar a maturação da lavoura, a identificação precisa desse ponto é um desafio de gestão. Erros nessa etapa, seja antecipando ou atrasando o corte, resultam em perdas irreversíveis de nutrientes, surgimento de efluentes (chorume) ou deterioração aeróbica do silo, comprometendo o investimento realizado desde o plantio até a condução agronômica da safra.
Teor de Matéria Seca (MS): O indicador técnico mais confiável, situando-se idealmente entre 30% e 35% para a planta inteira na maioria das culturas de milho.
Linha do Leite: Em milho, é a característica visual no grão que indica a maturação; o ponto ideal geralmente ocorre quando a linha do leite está entre 1/2 e 2/3 do grão (descendo da coroa para a base).
Umidade para Fermentação: A planta deve conter entre 65% e 70% de umidade para permitir uma compactação eficiente e o desenvolvimento de bactérias láticas.
Acúmulo de Amido: Neste ponto, o grão já depositou a maior parte de suas reservas energéticas, maximizando o valor nutricional da silagem.
Sanidade da Planta: Idealmente, a planta deve manter as folhas verdes (característica stay-green) mesmo com a espiga madura, garantindo melhor qualidade da fibra e facilidade na compactação.
Riscos da Colheita Antecipada: Cortar a planta muito úmida (abaixo de 28-30% de MS) causa perdas por lixiviação de nutrientes (chorume), fermentação indesejável (ácido butírico) e menor densidade energética devido ao baixo acúmulo de amido.
Riscos da Colheita Tardia: A silagem muito seca (acima de 38-40% de MS) dificulta a expulsão do ar e a compactação, favorecendo o aquecimento do silo, o crescimento de fungos e leveduras, e a perda de digestibilidade da fibra.
Monitoramento Técnico: Não confie apenas na avaliação visual; recomenda-se o uso de métodos práticos de determinação de umidade no campo, como o uso de micro-ondas, Airfryer ou determinadores específicos (Koster) para maior precisão.
Processamento de Grãos: Se o ponto de colheita passar e os grãos ficarem muito duros, é obrigatório o uso de processadores de grãos (cracker) na colhedora para garantir que o animal aproveite o amido; caso contrário, os grãos passarão intactos no trato digestivo.
Tamanho de Partícula: O ponto de colheita influencia a regulagem da máquina; silagens mais secas exigem picagem menor para facilitar a compactação, enquanto silagens mais úmidas permitem partículas levemente maiores para estimular a ruminação.
Planejamento Operacional: A “janela de corte” pode ser curta em regiões quentes do Brasil; o produtor deve dimensionar a frota de colheita e transporte para garantir que todo o talhão seja ensilado dentro da faixa ideal de matéria seca.
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