Armazenamento de Trigo: Guia Completo para Evitar Perdas na Pós-Colheita
Armazenamento de trigo: confira os principais manejos que você deve adotar na pós-colheita para evitar as perdas e a desvalorização dos grãos
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A pós-colheita de trigo compreende o conjunto de operações realizadas logo após a retirada dos grãos do campo, englobando etapas críticas como a pré-limpeza, a secagem e o armazenamento. No contexto do agronegócio brasileiro, esta fase é determinante para a manutenção da qualidade industrial do cereal, uma vez que o trigo é frequentemente colhido com teores de umidade superiores aos indicados para a estocagem segura, visando evitar danos por chuvas ou germinação na espiga. O objetivo central é estabilizar biologicamente os grãos, impedindo o desenvolvimento de fungos, a ação de pragas e a deterioração das propriedades físico-químicas, como a força do glúten.
O processo inicia-se com a limpeza para remoção de impurezas e materiais estranhos, seguida pela redução do teor de água através de métodos de secagem artificiais ou naturais. A eficiência nesta etapa define o potencial de conservação do lote a longo prazo. Um manejo incorreto na pós-colheita pode resultar em perdas quantitativas, pela redução de matéria seca e ataque de insetos, e qualitativas, que afetam diretamente a classificação comercial do produto e seu valor de mercado junto aos moinhos e indústrias de panificação.
Portanto, a pós-colheita não deve ser vista apenas como uma etapa logística de estocagem, mas como uma extensão do manejo produtivo. O monitoramento rigoroso de temperatura e umidade dentro dos silos e armazéns é essencial para preservar o investimento realizado durante a safra. A tecnologia de pós-colheita visa garantir que o grão entregue ao consumidor final mantenha as características nutricionais e tecnológicas desejadas, maximizando a rentabilidade do produtor rural.
Etapas Sequenciais Definidas: O processo é estruturado em três fases fundamentais: limpeza (remoção de impurezas e grãos chochos), secagem (redução da umidade para níveis seguros) e armazenamento (conservação em ambiente controlado).
Pré-limpeza Obrigatória: A utilização de máquinas de ar e peneiras antes da secagem é crucial para remover restos culturais e torrões, o que facilita a passagem do ar na massa de grãos e uniformiza a secagem.
Métodos de Secagem Variados: A secagem pode ocorrer por ar aquecido (em secadores estacionários ou intermitentes) ou por ar natural (aeração), dependendo da infraestrutura disponível e das condições climáticas da região.
Controle Térmico Rigoroso: A temperatura da massa de grãos é o parâmetro mais crítico durante a secagem com ar aquecido, existindo limites específicos para não desnaturar as proteínas do trigo.
Vulnerabilidade a Pragas: O ambiente de armazenamento, se não monitorado, é propício para o desenvolvimento de pragas de grãos armazenados, que agem como “inimigos silenciosos” consumindo a massa e gerando calor.
Limite de Temperatura na Secagem: Para preservar a qualidade industrial (glúten e panificação), a temperatura da massa de grãos nunca deve ultrapassar 60°C. Em secadores estacionários, recomenda-se operar entre 45°C e 50°C, enquanto nos intermitentes pode-se chegar a 70°C no ar de secagem, devido à movimentação dos grãos.
Riscos da Secagem Rápida: A retirada abrupta de água dos grãos pode causar fissuras e quebras. Isso reduz o peso hectolitro (PH), facilita o ataque de insetos e fungos, e diminui o valor comercial do produto final.
Influência da Umidade Inicial: Grãos colhidos com umidade mais alta (próxima a 20%) exigem temperaturas de secagem mais baixas e maior cautela do que grãos colhidos com umidade próxima a 15%.
Limitações da Secagem Natural: O uso de ar natural (ambiente) é econômico e evita danos por calor, mas é contraindicado em regiões com alta umidade relativa do ar, pois a demora no processo pode levar à deterioração dos grãos antes da secagem completa.
Monitoramento de Contaminantes: Além de insetos, é vital monitorar a presença de micotoxinas e outros contaminantes durante o armazenamento, garantindo a segurança alimentar e o cumprimento das normas de comercialização.
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