2,4-D no Trigo: Quando Aplicar para Controlar Daninhas com Segurança
2,4 D em Trigo: Por que utilizar, momento ideal de aplicação e principais cuidados para um manejo eficiente.
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A pós-emergência refere-se a uma modalidade de aplicação de defensivos agrícolas, predominantemente herbicidas, realizada após a germinação e emergência da cultura principal e/ou das plantas daninhas. No contexto agronômico brasileiro, esta estratégia é vital para o manejo integrado, servindo como uma ferramenta para controlar infestações que escaparam ao manejo pré-emergente ou para combater fluxos tardios de invasoras que competem diretamente por recursos como água, luz e nutrientes.
Diferente das aplicações no solo (pré-emergência), o foco na pós-emergência é o contato direto do produto com a parte aérea das plantas. O sucesso dessa técnica depende intrinsecamente do conceito de seletividade: a capacidade do produto de eliminar a planta alvo (daninha) sem causar danos significativos à cultura comercial (como o trigo, soja ou milho). Isso é possível devido a mecanismos fisiológicos, morfológicos ou metabólicos que permitem à cultura tolerar o ingrediente ativo enquanto a invasora perece.
A utilização correta da pós-emergência exige um conhecimento técnico aprofundado sobre a fenologia das plantas. Como visto no caso do uso de 2,4-D em trigo, existe uma “janela de aplicação” específica. Aplicar fora desse período pode resultar em fitotoxidez severa, comprometendo o potencial produtivo da lavoura, ou em falhas de controle, permitindo que as daninhas avancem e dificultem a colheita.
Absorção Foliar: A entrada do produto ocorre majoritariamente através das folhas e partes verdes, exigindo boa cobertura e condições climáticas que favoreçam a abertura dos estômatos e a translocação.
Seletividade Específica: Baseia-se na capacidade da cultura de metabolizar ou evitar a absorção do produto, enquanto a planta daninha sofre colapso fisiológico (como o crescimento desordenado causado por auxinas sintéticas).
Dependência do Estádio Fenológico: A eficácia e a segurança estão atreladas ao tamanho da planta daninha (geralmente mais fácil de controlar nos estádios iniciais) e à fase de desenvolvimento da cultura.
Ação Sistêmica ou de Contato: Os produtos podem atuar apenas no local atingido (contato) ou circular pela seiva da planta (sistêmicos), atingindo raízes e pontos de crescimento, o que é crucial para controlar perenes.
Interação Ambiental: A eficiência da pós-emergência é altamente sensível a fatores como umidade relativa do ar, temperatura e ocorrência de chuvas logo após a aplicação (período livre de chuva).
Momento Ideal da Cultura: Respeitar a janela de aplicação é crítico. No trigo, por exemplo, aplicações tardias (após o início da elongação) podem causar esterilidade e danos às espigas, enquanto aplicações muito precoces podem afetar o perfilhamento.
Tamanho das Daninhas: O controle é significativamente mais eficaz quando as plantas daninhas estão pequenas (geralmente até 4 folhas ou poucos centímetros). Plantas adultas ou perenizadas exigem doses maiores e são mais difíceis de erradicar.
Tecnologia de Aplicação: O uso de pontas de pulverização adequadas e adjuvantes é essencial para garantir que as gotas atinjam o alvo e para reduzir a deriva, especialmente ao usar herbicidas hormonais que podem afetar lavouras vizinhas sensíveis.
Manejo de Resistência: A rotação de mecanismos de ação em pós-emergência é fundamental para evitar a seleção de biótipos resistentes. O uso repetitivo do mesmo produto (como inibidores da ALS ou auxinas) pode levar à perda de eficiência da ferramenta.
Condições de Estresse: Evite realizar aplicações em pós-emergência quando a cultura estiver sob estresse hídrico ou térmico, pois a capacidade da planta de metabolizar o produto diminui, aumentando o risco de fitotoxidez.
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