Nuvem de Gafanhotos no Brasil: O Que o Produtor Precisa Saber
Nuvem de gafanhotos no Brasil: Entenda o contexto histórico, as principais características desses insetos e quais medidas o país tem tomado.
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A “Praga de Gafanhotos” refere-se à ocorrência massiva e migratória de insetos da ordem Orthoptera, especificamente quando estes transitam da fase solitária para a fase gregária, formando nuvens devastadoras. No contexto do agronegócio brasileiro, embora o país possua espécies nativas como o Rhammatocerus pictus (comum em estados como Rondônia), o termo ganha relevância crítica quando associado à espécie Schistocerca cancellata (gafanhoto-sul-americano). Estas nuvens geralmente se originam em regiões vizinhas, como o Chaco no Paraguai e Argentina, e se deslocam em direção às fronteiras agrícolas do Brasil.
O fenômeno ocorre quando uma combinação de fatores ambientais estressantes — principalmente a escassez de alimento na região de origem aliada a condições climáticas específicas, como temperaturas consistentemente acima de 30°C — desencadeia alterações fisiológicas e comportamentais nos insetos. Diferente de surtos de pragas locais, uma nuvem de gafanhotos possui alta capacidade de deslocamento e voracidade extrema, alimentando-se de praticamente qualquer matéria vegetal verde encontrada pelo caminho, o que representa um risco iminente para lavouras de grãos, pastagens e áreas de preservação.
Espécie Predominante: As nuvens transfronteiriças que ameaçam o Sul do Brasil são compostas majoritariamente pela Schistocerca cancellata, que difere das espécies nativas pela maior capacidade de voo e migração.
Comportamento Gregário: Os insetos sofrem mudanças morfológicas (como alteração de cor) e comportamentais, passando a agir em grupo para garantir a sobrevivência e buscar novas fontes de alimento.
Dimensão das Nuvens: Agrupamentos podem atingir números impressionantes, com estimativas de até 400 milhões de insetos cobrindo áreas de aproximadamente 10 km².
Alta Voracidade: Um único gafanhoto consome cerca de duas gramas de matéria verde por dia; uma nuvem inteira pode consumir o equivalente à alimentação diária de um rebanho de 20 mil bovinos.
Ciclo de Atividade: A nuvem se desloca preferencialmente durante o dia, aproveitando correntes de vento, e pousa ao entardecer para se alimentar e realizar a postura de ovos.
Gatilhos Climáticos: A formação e migração estão estritamente ligadas a períodos de seca e calor intenso nas regiões de reprodução primária.
Risco de Reinfestação: O perigo não se resume apenas ao consumo da lavoura; durante as paradas, as fêmeas realizam a oviposição (80 a 100 ovos por postura), criando focos futuros de infestação no local de pouso.
Monitoramento Oficial: A presença de nuvens de gafanhotos exige notificação imediata aos órgãos de defesa sanitária vegetal, pois o controle muitas vezes depende de ações coordenadas pelo governo (MAPA).
Janela de Controle: O combate químico é tecnicamente mais viável e seguro quando os insetos estão pousados (período noturno ou início da manhã) ou ainda nas fases jovens (ninfas), antes de formarem nuvens voadoras.
Diferenciação de Espécies: É fundamental distinguir a Schistocerca cancellata das espécies nativas brasileiras, que possuem menor capacidade reprodutiva e de deslocamento, exigindo estratégias de manejo diferentes.
Impacto Econômico: A devastação pode ser total em áreas atingidas, afetando não apenas a produção de grãos (soja, milho, trigo), mas também a pecuária, devido à destruição de pastagens.
Histórico de Ocorrência: Embora alarmante, o fenômeno é cíclico e conhecido na agronomia sul-americana, com registros históricos notáveis nas décadas de 1940 e surtos recentes monitorados, indicando a necessidade de vigilância constante nas fronteiras.
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