Cigarra-do-Cafeeiro: Por que o Canto que Incomoda é um Alerta para sua Lavoura
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Ler o Guia Principal sobre Pragas do Café →O termo “Pragas do Café” refere-se ao conjunto de insetos e organismos nocivos que atacam a cultura do cafeeiro em seus diferentes estágios de desenvolvimento, comprometendo tanto a produtividade quanto a qualidade final dos grãos. No contexto do agronegócio brasileiro, onde o país figura como o maior produtor mundial, o controle desses agentes biológicos representa um dos maiores desafios operacionais e econômicos para o cafeicultor. A presença descontrolada dessas pragas pode resultar em perdas severas, que variam desde a redução do peso dos grãos até a morte das plantas devido a danos no sistema radicular.
Esses organismos podem atuar em diversas partes da planta, comportando-se de maneiras distintas. Enquanto algumas pragas, como a broca-do-café (Hypothenemus hampei), atacam diretamente o fruto, depreciando o produto comercial, outras, como a cigarra-do-cafeeiro e o bicho-mineiro, afetam a capacidade vegetativa e nutricional da planta ao atacar raízes e folhas. A incidência dessas pragas está intimamente ligada às condições climáticas, ao adensamento da lavoura e ao manejo adotado na propriedade.
A abordagem técnica recomendada para lidar com esse cenário é o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Diferente do controle químico indiscriminado, o MIP busca manter a população de pragas abaixo do nível de dano econômico. Isso envolve o entendimento profundo do ciclo de vida de cada inseto, o monitoramento constante da lavoura e a combinação de métodos de controle cultural, biológico e químico, visando a sustentabilidade e a rentabilidade do negócio a longo prazo.
Diversidade de Alvos: As pragas atacam diferentes estruturas da planta; a broca foca nos frutos (grãos), o bicho-mineiro destrói a área foliar (reduzindo a fotossíntese) e as cigarras sugam a seiva das raízes, enfraquecendo a planta como um todo.
Natureza Críptica: Muitas dessas pragas, especialmente a broca, possuem comportamento críptico, passando a maior parte do ciclo de vida protegidas dentro do fruto ou no subsolo, o que dificulta o alcance de defensivos agrícolas.
Danos Diretos e Indiretos: Além da perda física de peso e volume (dano direto), as pragas causam danos indiretos, como a abertura de portas para fungos e bactérias que fermentam o grão e prejudicam a bebida.
Sazonalidade e Clima: O desenvolvimento das pragas é fortemente influenciado pelo clima; chuvas excessivas podem inibir a broca, enquanto períodos secos podem favorecer outras pragas. O “canto” das cigarras, por exemplo, sinaliza períodos específicos de acasalamento e risco.
Resistência Varietal: Existe uma variação na suscetibilidade entre as espécies de café; o café Arábica tende a ser mais prejudicado pela broca, enquanto o Conilon pode apresentar maior resistência a certas pragas, mas suscetibilidade a outras.
Monitoramento é Fundamental: A aplicação de defensivos só deve ocorrer quando a infestação atinge o nível de controle estabelecido pelo MIP. Aplicar produtos sem monitoramento aumenta custos e pode eliminar inimigos naturais das pragas.
Momento de Controle (Trânsito): Para pragas como a broca, a eficiência do controle químico ou biológico é máxima durante o “período de trânsito”, quando as fêmeas abandonam os frutos antigos para colonizar os novos, ficando expostas.
Manejo Cultural e Colheita: A realização de uma colheita bem feita e o repasse (varrição) para não deixar frutos remanescentes na planta ou no chão são as medidas preventivas mais eficazes para quebrar o ciclo reprodutivo da broca entre safras.
Sinais Silenciosos: No caso da cigarra-do-cafeeiro, o dano ocorre no subsolo pelas ninfas e pode levar anos para ser percebido visualmente na parte aérea (clorose e queda de folhas). O monitoramento deve incluir a verificação das raízes.
Impacto na Exportação: O mercado internacional possui tolerância mínima para defeitos causados por pragas. Grãos brocados ou ardidos reduzem drasticamente a classificação do café, impactando diretamente o valor da saca.
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