Artigos sobre Pragas do Sorgo

O que é Pragas Do Sorgo

As Pragas do Sorgo referem-se ao conjunto de insetos e organismos nocivos que atacam a cultura do Sorghum bicolor em seus diferentes estádios de desenvolvimento, desde a semente no solo até a formação dos grãos. No contexto do agronegócio brasileiro, onde o sorgo tem ganhado destaque como uma cultura versátil para alimentação animal, humana e produção de biomassa, o manejo fitossanitário é crucial. Embora o sorgo seja conhecido por sua rusticidade e adaptabilidade a condições adversas, a incidência de pragas pode comprometer severamente o estande inicial, o vigor das plantas e a produtividade final da lavoura.

Muitas das pragas que acometem o sorgo são polífagas e comuns a outras gramíneas, compartilhando um espectro de ameaças muito similar ao da cultura do milho. Isso ocorre devido à proximidade botânica entre as espécies (ambas da família Poaceae). O ataque desses insetos pode ocorrer no sistema radicular, causando falhas no plantio e tombamento, ou na parte aérea, destruindo a área foliar e o colmo. A identificação correta e o controle preventivo, especialmente na pré-safra e nos estádios iniciais, são determinantes para evitar prejuízos econômicos que, em casos severos de infestação não controlada, podem inviabilizar a colheita.

Principais Características

• Similaridade com pragas do milho: A maioria dos insetos que atacam o sorgo também são pragas-chave na cultura do milho, o que exige atenção redobrada em áreas de sucessão ou rotação entre essas duas culturas.

• Ataque ao sistema radicular: Pragas de solo como os corós (larva-branca) e a larva-arame consomem as raízes e sementes logo após o plantio, causando falhas nas linhas e redução da capacidade de absorção de nutrientes.

• Danos no estande inicial: A lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) caracteriza-se por cortar as plântulas jovens rente ao solo, reduzindo drasticamente o número de plantas por metro linear e exigindo, muitas vezes, o replantio.

• Suscetibilidade em períodos de seca: A lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) é uma praga que ataca o colo da planta e tem sua incidência favorecida por solos arenosos e períodos de estiagem logo após a emergência da cultura (estádios V1 a V8).

• Enfraquecimento da sustentação: A larva-alfinete (Diabrotica speciosa) alimenta-se das raízes de sustentação, o que predispõe a planta ao acamamento (tombamento), dificultando a colheita mecanizada e gerando perdas diretas.

Importante Saber

• Tratamento de sementes é fundamental: Para o controle de pragas de solo e iniciais, como a larva-arame e a lagarta-elasmo, o uso de sementes tratadas com inseticidas sistêmicos registrados é uma das medidas preventivas mais eficazes.

• Manejo de plantas daninhas: A eliminação antecipada de plantas invasoras e restos culturais é essencial, pois muitas pragas, como a lagarta-rosca e os corós, utilizam essa vegetação como abrigo ou hospedeiro alternativo antes de atacarem a cultura principal.

• Monitoramento do solo: A presença de pragas subterrâneas deve ser verificada antes do plantio. Técnicas como aragem e gradagem podem expor larvas a predadores naturais e à radiação solar, auxiliando na redução populacional.

• Influência da drenagem do solo: Solos com boa drenagem desfavorecem a permanência de certas pragas, como a larva-arame, na camada agricultável, forçando-as a migrar para profundidades onde não causam danos às raízes das plântulas.

• Rotação de culturas: A alternância de culturas é uma estratégia vital para quebrar o ciclo biológico de insetos que são específicos ou preferenciais de gramíneas, ajudando a manter as populações de pragas abaixo do nível de dano econômico a longo prazo.