Percevejo-de-Pintas-Amarelas: Nova Praga Asiática Ameaça Lavouras do Brasil
Alerta no campo! O percevejo-de-pintas-amarelas, nova praga asiática, ameaça lavouras. Veja como identificar, os danos e as estratégias de manejo.
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Pragas exóticas agrícolas são organismos — incluindo insetos, ácaros, fungos, bactérias e plantas daninhas — que não são nativos de uma determinada região ou ecossistema, mas que foram introduzidos, acidentalmente ou intencionalmente, e estabeleceram populações viáveis. No contexto do agronegócio brasileiro, a introdução dessas espécies geralmente ocorre através do trânsito internacional de mercadorias em portos e aeroportos, como evidenciado pelo recente caso do percevejo-de-pintas-amarelas (Erthesina fullo) detectado no Porto de Santos. Uma vez introduzidas, essas pragas encontram um ambiente favorável devido à diversidade climática do Brasil e à disponibilidade contínua de hospedeiros nas lavouras.
A principal característica que torna uma praga exótica perigosa é a ausência de seus inimigos naturais (predadores, parasitoides e patógenos) que controlariam sua população no local de origem. Sem esse controle biológico natural, a espécie invasora pode se reproduzir de forma exponencial, competindo com espécies nativas e causando danos severos às culturas comerciais. Quando uma praga exótica possui potencial de causar prejuízos econômicos significativos, ela é classificada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) como Praga Quarentenária, exigindo medidas rigorosas de vigilância fitossanitária e controle oficial.
Para o produtor rural, a chegada de uma praga exótica representa um desafio técnico e econômico imediato. Muitas vezes, não existem produtos fitossanitários registrados especificamente para o controle do novo invasor no país, e o desconhecimento sobre o comportamento da praga em condições tropicais dificulta o manejo. O impacto pode variar desde a redução da produtividade e qualidade dos grãos e frutos até restrições à exportação, caso a praga seja considerada quarentenária por países importadores das commodities brasileiras.
Ausência de Inimigos Naturais: Por serem introduzidas em um novo ambiente, essas pragas geralmente não encontram predadores ou parasitoides nativos eficientes, facilitando explosões populacionais rápidas.
Alta Polifagia: Muitas pragas exóticas de sucesso, como o percevejo-de-pintas-amarelas, alimentam-se de uma vasta gama de plantas hospedeiras (soja, milho, frutíferas), o que garante sua sobrevivência em diferentes safras e regiões.
Alta Capacidade Reprodutiva e Dispersão: Apresentam ciclos de vida curtos com postura de grande quantidade de ovos, além de alta mobilidade para colonizar novas áreas, seja por voo ou “carona” em maquinários e transportes.
Adaptabilidade Climática: Grande facilidade em se adaptar a diferentes condições de temperatura e umidade, encontrando no clima tropical brasileiro um ambiente propício para desenvolvimento durante o ano todo.
Danos Diretos e Indiretos: Além de causar danos físicos às plantas (sucção de seiva, desfolha), muitas atuam como vetores de doenças (vírus e bactérias) ainda não prevalentes na região.
Identificação Taxonômica Precisa: É crucial não confundir pragas exóticas com espécies nativas semelhantes. O Erthesina fullo, por exemplo, pode ser confundido com percevejos locais; a identificação correta exige análise de detalhes morfológicos específicos.
Notificação Obrigatória: A detecção de uma suspeita de praga exótica deve ser comunicada imediatamente aos órgãos de defesa sanitária vegetal estaduais ou ao MAPA, para que medidas de contenção sejam ativadas.
Vigilância em Fronteiras e Logística: Propriedades próximas a portos, aeroportos, ferrovias e grandes rodovias devem manter um monitoramento mais rigoroso, pois são as principais portas de entrada e rotas de dispersão.
Manejo Integrado de Pragas (MIP): O controle deve basear-se no MIP, priorizando o monitoramento constante. O uso indiscriminado de inseticidas sem registro pode ser ineficaz e eliminar possíveis inimigos naturais que estariam se adaptando à nova praga.
Risco de Restrições Comerciais: A presença confirmada de certas pragas exóticas pode levar ao fechamento de mercados internacionais para o agronegócio brasileiro, exigindo protocolos de certificação fitossanitária mais complexos e onerosos.
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