Pragas Polífagas: Como Identificar e Controlar na Lavoura
Pragas polífagas: algumas pragas podem se adaptar a diferentes hospedeiros e se tornarem ainda mais agressivas. Entenda como isso acontece!
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Ler o Guia Principal sobre Pragas Polífagas →No contexto agronômico, o termo “pragas polífagas” refere-se a espécies de insetos que possuem a capacidade biológica de se alimentar e completar seu ciclo de vida em uma ampla diversidade de plantas hospedeiras, pertencentes a diferentes famílias botânicas. Diferentemente das pragas monófagas ou oligófagas, que são especialistas em uma única cultura ou em um grupo restrito de plantas, as polífagas são generalistas. Essa característica as torna um dos maiores desafios fitossanitários para a agricultura brasileira, especialmente em sistemas de produção intensiva.
A relevância dessas pragas no Brasil é amplificada pelo modelo de sucessão de culturas, como os sistemas soja-milho ou milho-algodão. A presença contínua de alimento no campo ao longo do ano cria as chamadas “pontes verdes”, permitindo que populações de insetos migrem de uma lavoura recém-colhida para outra em desenvolvimento, sem interrupção em seu ciclo reprodutivo. Espécies como a Spodoptera frugiperda e a Helicoverpa armigera são exemplos clássicos que causam danos econômicos severos em múltiplas commodities agrícolas, exigindo estratégias de manejo complexas e integradas.
Hábito Alimentar Generalista: Capacidade de atacar e sobreviver em diversas culturas de importância econômica (soja, milho, algodão, feijão) e também em plantas daninhas.
Alta Variabilidade Genética: Possuem grande plasticidade para se adaptar a diferentes ambientes e hospedeiros, o que também favorece a rápida seleção de indivíduos resistentes a inseticidas e tecnologias de controle.
Elevado Potencial Reprodutivo: Caracterizam-se por ciclos de vida curtos e alta taxa de oviposição, o que permite explosões populacionais em curtos períodos de tempo quando as condições são favoráveis.
Mobilidade e Migração: Grande capacidade de dispersão entre talhões e propriedades, facilitando a colonização de novas áreas de plantio através das pontes verdes.
Mecanismos de Sobrevivência: Algumas espécies, como o percevejo-marrom (Euschistus heros), possuem a capacidade de entrar em diapausa (um estado de dormência fisiológica) para sobreviver em períodos de escassez de alimento ou condições climáticas adversas.
Identificação Correta é Crucial: Muitas lagartas polífagas podem ser confundidas em seus estágios iniciais (como a Spodoptera e a Helicoverpa). A identificação taxonômica precisa é fundamental para a escolha do método de controle adequado.
O Perigo das Pontes Verdes: O manejo de plantas daninhas e a destruição de restos culturais (tiguera) são essenciais para quebrar o ciclo dessas pragas, evitando que elas permaneçam na área entre as safras.
Monitoramento Constante: Devido à rapidez com que se multiplicam, o monitoramento deve ser frequente. No caso da Spodoptera frugiperda no milho, por exemplo, o ataque pode ocorrer desde a fase de plântula até a espiga.
Rotação de Mecanismos de Ação: Dada a alta variabilidade genética dessas pragas, o uso repetitivo do mesmo ingrediente ativo pode acelerar a evolução da resistência. A rotação de inseticidas é obrigatória para a sustentabilidade do manejo.
Impacto Econômico Severo: Pragas como a Helicoverpa armigera têm histórico de causar prejuízos bilionários em uma única safra devido à sua voracidade e dificuldade de controle, exigindo atenção redobrada em culturas como algodão e soja.
Adoção do MIP: O controle químico isolado raramente é eficaz a longo prazo contra pragas polífagas. É necessário adotar o Manejo Integrado de Pragas (MIP), combinando controle cultural, biológico e químico.
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