Artigos sobre Práticas Asg na Agricultura

O que é Práticas Asg Na Agricultura

As Práticas ASG na Agricultura referem-se à integração de critérios Ambientais, Sociais e de Governança (do inglês ESG) na gestão e operação das propriedades rurais. Originado de diretrizes globais para o desenvolvimento sustentável, este conceito no agronegócio brasileiro transcende a simples preservação ambiental, consolidando-se como uma ferramenta estratégica de gestão de riscos e eficiência produtiva. O objetivo central é garantir que a produção de alimentos, fibras e bioenergia ocorra de maneira responsável, assegurando a longevidade do negócio e a segurança alimentar diante das mudanças climáticas.

No contexto brasileiro, a adoção dessas práticas é impulsionada tanto por exigências de mercados internacionais quanto por políticas públicas internas, como o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) e linhas de crédito específicas do Plano Safra. Implementar ASG na fazenda significa adotar técnicas que mitigam impactos negativos, como a emissão de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo em que se promove o bem-estar dos colaboradores e se mantém uma administração transparente e auditável. É a transição de um modelo puramente produtivo para um sistema que valoriza a resiliência climática e a responsabilidade corporativa no campo.

Principais Características

• Pilar Ambiental (Environmental): Foca na conservação de recursos naturais e biodiversidade, utilizando técnicas como o Plantio Direto, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Manejo Integrado de Pragas (MIP) para melhorar a saúde do solo e sequestrar carbono.

• Pilar Social (Social): Envolve o respeito às leis trabalhistas, segurança no trabalho rural, treinamento da equipe e o relacionamento construtivo com as comunidades locais impactadas pela atividade agrícola.

• Pilar de Governança (Governance): Refere-se à gestão administrativa da propriedade, incluindo conformidade legal (compliance), transparência financeira, sucessão familiar planejada e combate à corrupção.

• Foco na Mitigação de Riscos: As práticas buscam antecipar problemas climáticos, regulatórios e de mercado, tornando a fazenda menos vulnerável a oscilações externas e eventos extremos.

• Rastreabilidade e Dados: A implementação de ASG exige a coleta e organização de dados agronômicos e administrativos para comprovar as boas práticas perante auditorias e certificadoras.

Importante Saber

• Acesso a Crédito Diferenciado: Produtores que comprovam práticas ASG têm acesso facilitado a linhas de financiamento mais atrativas, como os “Green Bonds” e recursos específicos do Plano Safra destinados à sustentabilidade.

• Competitividade de Mercado: Grandes tradings e mercados importadores (especialmente a União Europeia) exigem cada vez mais comprovações de que a produção não está ligada ao desmatamento ou trabalho irregular.

• Implementação Gradual: A adequação ao ASG não ocorre da noite para o dia; recomenda-se iniciar com diagnósticos da propriedade e focar primeiro nas práticas de maior impacto, como a regularização ambiental e fundiária.

• Valorização Patrimonial: Fazendas com passivos ambientais resolvidos e boa governança tendem a ter maior valor de mercado e liquidez em caso de venda ou arrendamento.

• Tecnologia como Aliada: O uso de ferramentas digitais e estações meteorológicas é fundamental para monitorar indicadores ambientais e otimizar o uso de insumos, reduzindo desperdícios e custos.