Preço do ATR 2019: Análise e Tendências para o Mercado de Açúcar e Etanol
Preço do ATR 2019: Acompanhe neste artigo a situação atual e as perspectivas futuras do mercado de açúcar e etanol brasileiros.
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O Preço do ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) é o indicador fundamental utilizado no Brasil para definir a remuneração dos fornecedores de cana-de-açúcar. Diferente de outras culturas onde o pagamento é realizado puramente por volume ou peso, no setor sucroenergético o valor pago ao produtor é calculado com base na qualidade da matéria-prima entregue à usina. O ATR representa a quantidade total de açúcares na planta que pode ser efetivamente convertida em produtos finais, como açúcar e etanol, após o processamento industrial.
Este sistema de precificação busca alinhar os interesses entre a produção agrícola e a indústria. O valor do quilograma do ATR não é fixo; ele oscila mensalmente de acordo com o comportamento do mercado dos produtos finais. Entidades como o Consecana (Conselho dos Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Etanol) realizam o levantamento dos preços de comercialização do açúcar (mercado interno e externo) e do etanol (anidro e hidratado) para estipular o valor a ser pago ao produtor. Portanto, o Preço do ATR funciona como um mecanismo de repasse, onde as variações de mercado, sejam altas ou baixas, impactam diretamente a receita da lavoura.
No contexto brasileiro, entender a dinâmica do Preço do ATR é vital para a gestão financeira da propriedade. Fatores macroeconômicos, como a cotação do dólar, a demanda internacional por açúcar e a competitividade do etanol frente à gasolina, influenciam a formação desse preço. Em anos de alta volatilidade, como observado na safra 2019/20, o produtor precisa acompanhar as tendências de mercado para planejar seus custos e expectativas de receita, visto que a produtividade em toneladas por hectare, isoladamente, não garante a rentabilidade se o teor de ATR ou seu preço de mercado estiverem baixos.
Indexação ao Mercado Final: O valor é composto por uma cesta de produtos (mix de produção), ponderando os preços de venda do açúcar e do etanol nos mercados interno e externo.
Volatilidade Mensal: O preço sofre alterações constantes ao longo da safra, refletindo a oferta e demanda global de commodities e a dinâmica de combustíveis no Brasil.
Regionalização: O cálculo pode variar dependendo do estado ou região produtora, seguindo diretrizes de conselhos estaduais específicos (como o Consecana-SP).
Influência Cambial: Devido à forte participação das exportações de açúcar, a taxa de câmbio (Dólar x Real) é um componente determinante na formação do preço.
Qualidade da Matéria-Prima: O valor final recebido pelo produtor é o resultado da multiplicação do Preço do ATR (R/kg) pela quantidade de ATR (kg/ton) presente na cana entregue.
Monitoramento de Tendências: Acompanhar relatórios de mercado e projeções de safra é essencial para antecipar quedas ou altas no preço, permitindo melhor gestão de fluxo de caixa.
Impacto do Clima: Condições climáticas afetam não apenas o volume de cana, mas a concentração de sacarose (ATR); colheitas em períodos chuvosos tendem a reduzir o teor de ATR, impactando o faturamento mesmo que o preço do ATR esteja estável.
Fechamento de Safra: Embora existam preços mensais, muitas vezes ocorre um ajuste de valores ao final do ano-safra, o que pode gerar créditos ou débitos para o fornecedor dependendo da média final.
Mix de Produção da Usina: O perfil da indústria para a qual se fornece (se mais alcooleira ou açucareira) pode influenciar indiretamente a participação do produtor nos ganhos, dependendo de qual produto está mais valorizado no momento.
Gestão Agronômica: Investimentos em variedades mais ricas em sacarose e manejo nutricional adequado (como o uso de maturadores) são as principais ferramentas do produtor para maximizar a receita frente a um preço de ATR dado pelo mercado.
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